Revista Educar FCE EDUCAR FCE 6ED VOL1 - 23-06-207 | Page 277

reorganizar-se internamente de forma constante, pulsante, atuante e permanente. Por isso, incentivar as brincadeiras na educação infantil é uma tarefa indispensável ao professor, pois nas atividades lúdicas o que importa não é apenas o produto final da atividade, mas a própria ação, o momento vivido e compartilhado, possibilitando aos participantes momentos de fantasia e de realidade.
É fundamental que nesta etapa, todo o grupo educacional, não apenas os professores como também as equipes de apoio e gestão, compreendam o real significado do lúdico, estabelecendo relações entre o brincar e o aprender a aprender para colaborar com este processo vital. Velasco( 1996) ressalta que:
“ O desenvolvimento psicomotor se processa de acordo com a maturação do sistema nervoso central, assim a ação do brincar não deve ser considerada vazia e abstrata, pois é dessa forma que a criança capacita o organismo a responder aos estímulos oferecidos pelo ato de brincar, manipular a situação será uma maneira eficiente da criança ordenar os pensamentos e elaborar atos motores adequados a requisição( 1996, p. 27).”
Os jogos e as brincadeiras, para a criança, constituem atividades primárias que trazem grandes benefícios do ponto de vista físico, intelectual e social. O lúdico é a forma mais completa que a criança tem de se comunicar consigo mesma e com o mundo, desenvolvendo assim sua imaginação, controle, confiança, criatividade e relacionamento com outras crianças.
Segundo Fonseca( 1996), é no jogo que a criança tem a oportunidade de estruturar o seu esquema corporal, a sua relação com o espaço e o tempo, a ampliar a utilização do perceptivo motor e ainda estampar sua afetividade, proporcionando o desencadear de suas emoções.
Kishimoto( 1996) argumenta que é brincando que a criança aprende a trabalhar suas frustrações na medida em que perde ou ganha. Esse fator torna-se inerente ao crescimento e fortalece emocionalmente o indivíduo e as relações com o outro. A criança necessita compartilhar momentos coletivos para aprender a conviver em grupo.
É através do jogo que o indivíduo se apossa do seu contexto social e do seu meio e começa a explorar as suas capacidades funcionais. Todas as reações de origem interoceptiva, proprioceptiva ou exteroceptiva, que constituem as premissas psicofisiológicas de toda a vida afetiva, são provocadas e desencadeadas pelo movimento.
Kishimoto( 1996) afirma que o jogo é também fator de desenvolvimento orgânico e funcional porque é através do movimento desencadeado no jogo que acontece a mielinização dos nervos e as conexões que
ABRIL | 2017
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