Revista Educar FCE EDUCAR FCE 6ED VOL1 - 23-06-207 | Page 244

troca continua e processual de experiências e saberes. Nesse contexto, experiências pessoais e subjetivas do aluno são consideradas indispensáveis para o conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. O necessário é“ aprender a aprender”.
Assim, a concepção de educação, assume um novo sentido, sendo educação da pessoa humana e não apenas de um sujeito inserido em uma situação escolar, em um estabelecimento de ensino; onde se entenderá mais de seres humanos e de amor, do que de conteúdos e técnicas educativas. Para tal, faz-se necessário que nas formações continuadas dos professores, os aspectos afetivos sejam trabalhados e levados em consideração, e não apenas os métodos e técnicas de ensino- pois“ O homem“ aprende” a ser humano. E assim como um homem aprende a ser humano, também aprende a sentir como um ser humano, a amar como um ser humano” Buscaglia,( 1972, p. 46) – levando em consideração que o professor não é só professor, mas antes e acima de tudo um ser humano.
De acordo com o exposto, é preciso ensinar aos professores a lidarem com seus sentimentos e com os sentimentos dos seus alunos, para que se tornem pontes que saem de si em direção aos outros, bem como, conscientizá-los da necessidade de largarem o papel de mestre- detentores do saber- assumindo como principal função o papel de facilitador e guia que orienta e proporciona condições para que os alunos aprendam.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais( PCN)( Brasil, 1997, p. 63), afirmam que uma educação de qualidade se preocupa em desenvolver as“ habilidades inter-relacionais, cognitivas, afetivas, éticas e estéticas do indivíduo”, objetivando formar cidadãos em todos os seus direitos e deveres, compreendendo que o sujeito é constituído de sentimentos que não devem ser desconsiderados e sim trabalhados, pois são componentes de suas habilidades e competências. Para tal, faz-se extremamente necessário desenvolver projetos escolares que contemple o trabalho das emoções, onde sejam proporcionadas ao aluno“ situações em que possa aprender a dialogar, a ouvir o outro e ajudá-lo, a pedir ajuda, aproveitar críticas, explicar ponto de vista, coordenar ações para obter sucesso em uma tarefa conjunta etc.”( PCNs, 1997, p. 63).
O referido documento apresenta o ato de aprender como uma tarefa dificultosa, na qual em tempo integral o aluno convive com o que lhe é ainda desconhecido. Para que ocorra com sucesso a aprendizagem, é indispensável que exista uma relação entre professor e aluno, pautada na confiança e respeito mútuo, de forma que a situação escolar possa contemplar
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