é colocada ou retirada carga . 10 É possível observar diminuição da altura do DIV após várias atividades ( corrida , marcha , saltos , levantamento de pesos ). 6 O sedentarismo ( posição sentada e o ortostatismo ) diminui e dificulta o transporte dos nutrientes . 10
Há evidência que a atividade moderada pode ter efeitos protetores e até reparadores no DIV , retardando a degenerescência . 3 Bowden et al constataram que a atividade física pode ser benéfica para o DIV , principalmente se intensa , ao aumentar a difusão de nutrientes . 10 No entanto , este efeito benéfico parece surgir apenas após algum tempo ( cerca de três meses ) de atividade , enquanto que atividade súbita e demasiado intensa pode afetar a rede de colagénio e causar degenerescência rápida . 10 Alguns autores afirmam , no entanto , que não é possível observar o efeito da carga no DIV num curto intervalo de tempo , visto que a renovação do colagénio e de agrecanos acontece ao longo de alguns anos . 7 De referir que a resposta ao exercício nos discos degenerados é diferente à mesma em DIV saudáveis . 7 Belavý et al afirmam que os movimentos de flexão combinada com compressão , torção ou movimentos repetitivos contribuem para a degenerescência do DIV e risco de protusão . 6
Modalidades desportivas e risco estrutural
Estudos realizados em praticantes de corrida mostram que estes apresentam DIV lombares mais saudáveis 11 , com menores graus de
Figura 2 – Discos lombares ( L4-L5 e L5-S1 ) degenerativos ( RMN )
lesão de Pfirrmann e menos sinais de degenerescência . 11 Foi observado aumento da hidratação do DIV em corredores de longa distância 11 e altura do disco maior , podendo indicar hipertrofia 11 , contrariando o que é conhecido da degenerescência dos DIV lombares . No entanto , os resultados são diferentes quando avaliados logo após o exercício , observando-se diminuição da altura do disco 12 , tornando o DIV mais suscetível a lesão pela menor capacidade de absorver e distribuir carga com perda de hidratação .
Alguns desportos estão associados a maior prevalência de degenerescência do DIV , particularmente nos atletas de elite . Modalidades onde é frequente haver trauma ( ginástica , râguebi , modalidades de combate ), carga repetitiva em posições extremas e não fisiológicas ( ginástica , halterofilismo e remo ) ou modalidades com cargas de impacto ( voleibol e equitação ) podem ser incluídas neste grupo . 6 Há evidência que o basquetebol e o futebol se associam a DIV mais saudáveis , com melhor nutrição observada no futebol e hipertrofia do disco no basquetebol . 13 O basebol e a natação apresentam maior incidência de degenerescência do DIV 13 , que na natação pode ser explicada pela torção , posições extremas e velocidade da carga associadas à elevada frequência da prática . 12 Os praticantes de remo apresentam elevada incidência de herniação dos DIV e nos jogadores de hóquei de elevado nível de competição ( figura 3 ) os movimentos de rotação e flexão promovem deformação em cunha dos corpos vertebrais com degenerescência do DIV . 14 A lombalgia é comum em jogadores de golfe , pela inclinação lateral da coluna com rotação pélvica , bem
Apesar de ser comummente aceite que o ciclismo de grande volume é prejudicial para o DIV por perpetuar uma posição de flexão do tronco , foi possível mostrar que estes atletas têm maior altura e hidratação do DIV . 16 Apresentam , também , hipertrofia da musculatura lombar , que contribui para o fortalecimento da coluna e para a diferente perceção da dor . 16
Conclusão
Na relação do exercício físico com a qualidade do DIV existe evidência de um intervalo de intensidade , magnitude e duração de exercício físico que pode ser terapêutico , sendo prejudiciais níveis baixo ou elevados de atividade . A carga dinâmica , axial , lenta e de menor magnitude apresenta benefícios para a nutrição e manutenção da ultraestrutura do DIV , sendo a marcha 6 e a corrida lenta / jogging as modalidades mais eficazes . As cargas explosivas ou em posições não fisiológicas , e com elementos de impacto , são prejudiciais condicionando risco acrescido de patologia discal .
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Restante Bibliografia em : www . revdesportiva . pt ( A Revista Online )
Revista de Medicina Desportiva informa novembro 2021 · 17