Revista de Medicina Desportiva Informa Março 2018 | Page 24

quando comparada com a toma de naproxeno. 3 Na experiência pessoal, como médico de Medicina Geral e Familiar, a patologia musculoesquelética faz parte do meu dia a dia. De acordo com resultados do sistema infor- mático MIM@UF, aproximadamente 15% dos problemas que levaram os utentes à consulta médica, na UCSP Anadia I, durante o ano de 2016, dizem respeito à patologia muscu- loesquelética, nomeadamente lom- balgia, síndrome do ombro doloroso e processos artrósicos. Por outro lado, na minha prática de medicina des- portiva, a lesão muscular aguda tem maior incidência quando comparada com patologia degenerativa. Temos usado a mesoterapia na tendinopatia dos adutores, do tendão patelar e tendão de Aquiles, na fasciite plantar e nas lesões musculares. Em todas elas a mesoterapia está a ter um papel importante no combate à dor, à diminuição do processo inflamató- rio e, consequentemente, na celeri- dade da recuperação funcional. Apesar da pequena casuística, no Fiães SC temos verificado que a mesoterapia, quando associada a outras técnicas terapêuticas, nomea- damente TENS (Transcutaneous Elec- tric Nerve Stimulation), tem resultados mais céleres na diminuição da dor do que quando aplicadas isolada- mente, a exemplo de resultados demonstrados em outros artigos, onde associa a mesoterapia a outras técnicas terapêuticas, como o TENS e a terapêutica laser ou terapêutica dinâmica. 14,15 No início desta década, numa reu- nião que englobou diversas especia- lidades médicas, reviu-se e validou- -se o uso racional, a s indicações, as vantagens e as contraindicações da mesoterapia com a finalidade de formular uma série de recomenda- ções do uso apropriado da terapêu- tica intradérmica, concluindo-se que a administração intradérmica se torna efetiva no combate à dor, sendo mais uma “arma” terapêutica ao serviço dos médicos. 16 No caso da persistência da dor requer-se nova avaliação clínica e terapêutica. 3 Atualmente, em França, a meso- terapia é reconhecida como uma técnica legítima no combate à dor por parte da Academia Médica Francesa é reconhecida, sendo o seu custo reembolsado pela Segurança Social sendo aplicada na maioria dos desportos, bem como em centros clínicos. 17 Bibliografia 1. Baranowski A, Buffington T, Collett B, et al. Classification of Chronic Pain, Second Edition (Revised). Pain. 2011. 2. Treede RD, Rief W, Barke A, A classification of Algoritmo de tratamento Mesoterapia História clínica e avaliação clínica No caso de contraindicação de altas doses de AINEs ou não controlo da dor musculoesquelética NPRS 1-4 NPRS 5-7 NPRS 8-10 Mesoterapia com AINEs e fármacos miorrelaxantes NPRS redução de 70% NPRS redução de >70% NPRS redução de <50% NPRS redução de >70% NPRS redução de <50% Sessões semanais durante 4 semanas Sessões semanais durante 4 semanas Sessões semanais até redução NPRS de 50% Sessões semanais até redução NPRS de 50% Sessões com 3 dias de Intervalo até redução NPRS De 50% Sessões quinzenais conforme necessidade Sessões quinzenais até redução NPRS de >70% Sessões quinzenais conforme necessidade Sessões semanais até redução NPRS de >50% Sessões semanais até redução NPRS de >50% Sessões mensais conforme necessidade Sessões quinzenais conforme necessidade Algoritmo retirado e adaptado para o uso de AINEs e miorelaxantes em mesoterapia na dor músculo-esquelética 3 22 março 2018 www.revdesportiva.pt chronic pain for ICD-11. Pain. 2015; 156:1003-7. 3. Mammucari M, Gatti A, Maggiori S, et al. Role of Mesotherapy in Musculoskeletal Pain: Opinions from the Italian Society of Mesothe- rapy. Evidence-Based Complementary and Alternative Medicine. 2012; 2012:1-12. 4. Mason L, Moore RA, Edwards JE, et al. Topi- cal NSAIDs for chronic musculoskeletal pain: systematic review and meta-analysis. BMC Musculoskelet Disord. 2004; 19:5-28. 5. Sivagnanam G.Mesotherapy – The french connection. J Pharmacol Pharmacother. 2010; 1:4-8. 6. Mendonça R, Ramires I. Mesoterapia (2016). Lisboa: 1.ª edição, Lidel. 7. Gancedo HE. Cap 1: Generalidades da Meso- terapia. In Tratado deMesoterapia. El Fenix, 2008. 8. Herreros FOC, Moraes AM, Velho PENF. Mesotherapy: a bibliographical review. Anais Brasileiros de Dermatologia, 2011; 86(1):96–101. 9. Binaglia L, Marconi P and Pitzurra M. Absorption of Na ketoprofen administered intradermally. Giornale di Mesoterapia; 1981; 1:85–91. 10. Hsu CC, Kuo HC, Hsu CT, et al. 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