Revista de Medicina Desportiva Informa Maio 2013 | Page 31

Avançando para o seu bem estar !
Fig . 6 – Final da recuperação e início da atividade desportiva
LPFM pode ser um método adequado de estabilização , apesar da reparação do LPFM apresentar limitações relacionadas com o local da lesão ligamentar . Os pacientes com lesão osteocondral apresentam maior risco de recidiva 21 , 22 . As roturas centrais do LPFM ( sem avulsão das inserções patelares ou femorais ) apresentam- -se menos instáveis 22 , sendo o tratamento conservador ainda o preferido na maioria dos casos .
O local da lesão LPFM pode ser avaliado de forma adequada por RMN 23 e vários estudos recentes defendem a realização de RMN após episódio agudo de luxação da rótula . 23 , 24 , 25 A RMN também é sensível no diagnóstico de lesões associadas , como lesões osteocondrais , roturas meniscais e / ou ligamentares .
Estudos randomizados concluíram que a cirurgia não é superior ao tratamento conservador , mesmo considerando os diferentes padrões de lesão do LPFM . 26 , 27 , 28 Um único estudo prospetivo , randomizado , recente , em que tratamento conservador foi comparado com a reinserção cirúrgica , nos casos de desinserção femoral ou patelar , constatou melhor estabilidade em relação ao tratamento conservador . 28
Devido à elevada taxa de instabilidade patelar após a primeira luxação
( 44 % a 70 %) 29 , em alguns casos com alto risco de recidiva ( displasias trocleares , patela alta , desalinhamento do aparelho extensor , joelho valgo , amiotrofia do vasto medial e laxidez ligamentar ) a cirurgia deve ser definitivamente considerada , assim como não deve ser protelada a intervenção cirúrgica , verificando-se falência do tratamento conservador . 29
No caso clínico apresentado obteve-se um resultado clínico excelente , num período de tempo extremamente curto . Assim , a abordagem conservadora , com apoio intensivo de fisioterapia , pode resultar em recuperação funcional total , sem instabilidade sequelar . Constatou-se que com o trabalho de fisioterapia rigoroso e o treino funcional no terreno é possível o retorno a um nível de atividade similar ao prévio , num período de tempo aceitável e satisfatório . O protocolo de reabilitação para a luxação patelofemoral é um programa que depende da cicatrização dos tecidos , permitindo que os pacientes progridam faseadamente por várias etapas até retomarem atividades desportivas de forma rápida mas segura . As variações individuais dependem da resposta do paciente ao tratamento .
Por causa da natureza complexa da instabilidade patelar , o tratamento de luxação primária da patela é um desafio , sobretudo na população dos desportistas de rendimento . Neste caso , e porque havia necessidade de tratar e reabilitar rapidamente o futebolista devido à sua grande vontade em representar a seleção nacional a curto prazo , optou-se pela abordagem conservadora e reabilitação intensiva , a qual será sempre passível de discussão . O tratamento ideal ainda não foi estabelecido e mais estudos prospetivos randomizados são necessários .
Bibliografia
1 . Sillanpaa P , Mattila VM , Iivonen T , et al . Incidence and risk factors of acute traumatic primary patellar dislocation . Med Sci Sports Exerc . 2008 ; 40:606 – 611 .
2 . Stefancin JJ , Parker RD . First-time traumatic patelar dislocation : a systematic review . Clin Orthop Relat Res . 2007 ; 455:93 – 101 .
Restante bibliografia no site www . revdesportiva . pt ( A revista online )

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