Antes do aterro
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Em 1881, o oficial de artilharia Fausto de Souza calculava haver, na
Baía da Guanabara mais de oitenta ilhas, com natureza e destinos
diversos (Doria, 1922). Para se ter uma visão mais geral sobre as ilhas
existentes no momento em que se iniciavam as obras de aterro hidráulico, no final dos anos 1940, Gastão Cruls, no livro Aparência do Rio
de Janeiro, descrevia:
De todas as ilhas da Guanabara, não só pela vastidão, como pelos
foros que assumiu de importante subúrbio marítimo, destaca-se a Ilha
do Governador, com 28.906.250m² de superfície e mais de 30.000
habitantes. Entre ela e as outras ilhas também integrantes do Distrito
Federal (…) há uma grande diferença de tamanho, pois a que se lhe
segue logo abaixo, Paquetá, já não tem mais de 1.093.075m², e vêm
depois, sempre em ordem decrescente e apenas relacionadas às maiores, arredondando as cifras, Bom Jesus com 753.000, Fundão com
613.000, Sapucaia com 440.000, Boqueirão com 230.000, Catalão
com 166.000, Cambembi com 162.000, Cobras com 154.000 e
Brocoió com 143.000m². Ao todo, a área total das ilhas está computada em 35km².
A breve reconstituição do que eram as nove ilhas localizadas na
Enseada de Inhaúma anos antes de serem escolhidas para abrigar a
Cidade Universitária baseou-se principalmente na série intitulada
A Guanabara como natureza,