Os critérios formulados pelo ETUB dividiam-se em três grupos:
1
2
3
Fatores de ordem política e social: facilidade para obter a área; acessibilidade;
custo da condução; integração ao meio; ambiente universitário.
Fatores de ordem econômica: custo dos terrenos e das obras complementares;
custos das construções; custo das utilidades (instalação de redes de água, esgoto,
eletricidade, etc.).
Fatores de ordem técnica: circunvizinhança; condições do clima; área, forma e
relevo topográfico; condições favoráveis ao ensino científico, artístico, cultural;
condições favoráveis à educação física e esportiva.
Tantas eram as condições favoráveis que em 20 de
outubro de 1948 - três anos após o decreto-lei que
havia definido o arquipélago como local a abrigar
a futura Cidade Universitária - foi sancionada a Lei
nº 447, dando um ponto final ao longo processo
de discussões e questionamentos sobre a sua localização e permitindo ao ETUB pleitear a abertura
de um crédito especial de Cr$12.860.000,00 pelo
Decreto nº 25.995, de dezembro de 1948, para finalmente dar início às obras.
Em 1881, o oficial de artilharia Fausto de Souza
calculava haver, na Baía da Guanabara mais de
oitenta ilhas, com natureza e destinos diversos
(Doria, 1922). Para se ter uma visão mais geral sobre as ilhas existentes no momento em que se iniciavam as obras de aterro hidráulico, no final dos
anos 1940, Gastão Cruls, no livro Aparência do Rio
de Janeiro, descrevia:
De todas as ilhas da Guanabara, não só pela vastidão, como pelos foros que assumiu de importante
subúrbio marítimo, destaca-se a Ilha do Governador, com 28.906.250m² de superfície e mais
de 30.000 habitantes. Entre ela e as outras ilhas
também integrantes do Distrito Federal (…) há
uma grande diferença de tamanho, pois a que se
lhe segue logo abaixo, Paquetá, já não tem mais
de 1.093.075m², e vêm depois, sempre em ordem
decrescente e apenas relacionadas às maiores, arredondando as cifras, Bom Jesus com 753.000,
Fundão com 613.000, Sapucaia com 440.000,
Boqueirão com 230.000, Catalão com 166.000,
Cambembi com 162.000, Cobras com 154.000 e
Brocoió com 143.000m². Ao todo, a área total das
ilhas está computada em 35km².
A breve reconstituição do que eram as nove ilhas
localizadas na Enseada de Inhaúma anos antes de
serem escolhidas para abrigar a Cidade Universitária baseou-se principalmente na série intitulada A
Guanabara como natureza, publicada aos domingos, entre maio e junho de 1936, no jornal Correio
da Manhã, na qual o jornalista Magalhães Corrêa
relatava as suas observações e impressões sobre
a região a partir das excursões realizadas por sua
equipe à bordo do barco Acarioca.
Tais excursões compreenderam a zona que ia da
Ponta do Caju a Meriti, englobando quatorze ilhas
consideradas “rurais”: Bom Jardim, Bom Jesus, Pinheiro, Pindaí do França, Pindaí do Ferreira, Catalão,
Cabras, Baiacu, Fundão, Cambembi, Sapucaia, Raimundo, Anel e Saravatá.
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