Ilha do Catalão
Ao atracar na praia da Ilha do Catalão, a equipe de Magalhães Corrêa
avistou cestos especiais para apanhar peixes e lagostas vivas, canoas
de pescaria, uma grande plantação de mamoeiros, bananeiras e outras árvores frutíferas, além de dois pescadores da colônia Z5, junto
a uma velha casa de tijolos. À esquerda, havia um alpendre coberto
de zinco, sustentado por colunas de estipes de coqueiros, grandes árvores e uma enorme amendoeira. Ao sul da ilha, havia uma lavoura e,
na extremidade meridional, uma enseada cuja praia era de fácil atracação com qualquer maré, havendo ali próximo um grupo de pedras,
formando uma ilhota.
Com 166.123m², a ilha era dividida, nos anos 1930, em duas propriedades
particulares por uma linha feita de soqueira de bambu que a atravessava de praia a praia.
Uma metade da ilha pertencia ao Sr. José Paz e seus irmãos e a outra
ao Sr. Cândido de Araújo e irmãos, embora esta também fosse administrada pelo Sr. José Paz.
Assim, como as demais ilhas do arquipélago, a Ilha do Catalão possuía uma rica flora e fauna nativa. Na propriedade da família Paz,
onde outrora havia uma criação de gado, encontrava-se uma diversidade de aves (socós, garças, patos, galinhas, etc) e um grande e belo
pomar, com mangueiras, pitangueiras, goiabeiras, araçazeiras, sapotizeiros, coqueiros, cajazeiros, parreiras, bananeiras, jambeiros, etc.
No seu ponto mais alto, um morro ao centro, encontrava-se um verdadeiro solar colonial, com uma grande varanda, doze quartos, sala
e cozinha, além de várias casas espalhadas. Da fachada deste solar,
onde viviam seis irmãos com seus respectivos filhos, descortinava-se
um “extraordinário panorama da Baía da Guanabara”.
Por ocasião da criação da Cidade Universitária, um Parque da Mata
Atlântica foi previsto no Catalão desde os planos iniciais de construção, sendo preservado até a atualidade. Foi unido por um “istmo”
a partir de 1953, mas preservado com seu relevo e mata. Existia nele
um dos 3 hortos com a função de arborizar o restante do Campus.
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