Revista Aquaculture Ed 16 16-ed-revista-ab-aquaculture-brasil-issu | Page 24

A técnica se baseia em aplicar sob o tecido ou amostra em estudo, o anticorpo contra o antígeno que se deseja detectar. Posteriormente, este anticorpo es- pecífico é utilizado como antígeno e marcado com um segundo anticorpo inespecífico, o qual será ligado a um sistema molecular que pode ser detectado por uma técnica de coloração. Neste momento, o exame mi- croscópico do corte histológico nos permite determi- nar a presença ou ausência do antígeno que buscamos e, em caso positivo, podemos ver em que lugar exato do tecido ou de células ele se encontra alojado. A atividade enzimática depende de algumas variáveis, como a concentração de enzima e substrato, pH, concentração de sais, temperatura e luz. Muitas enzimas possuem porções terminais não proteicas denominadas grupos prostéticos, exemplo destes podemos citar o grupo Fe-protoporfirina da peroxidase e CO 2 transferase da biotina. Por fim, cabe mencionar também que muitas enzimas exigem a presença de metais ou certos íons para atuar (Mg e Zn). Histórico da imunohistoquímica As aplicações da imunohistoquímica são incontáveis. Qualquer antígeno é demonstrável sempre que se dispõe do anticorpo correspondente, e hoje em dia existe uma lista enorme de anticorpos. Os protocolos de investigação incluem a busca de substâncias das mais variadas e incalculáveis. Dessa forma, pode-se fazer uma breve lista com as aplicações mais frequentes na patologia de peixes. A técnica de imunohistoquímica surgiu pela primei- ra vez em um diagnóstico histopatológico por volta dos anos 70, e logo sofreu uma enorme expansão a partir da descoberta e aplicação dos anticorpos monoclonais, os quais agregaram precisão e especificidade à meto- dologia, sendo sintetizados centenas de anticorpos desde então, muitos dos quais possuem grande utili- dade no diagnóstico das enfermidades de organismos aquáticos. Os AcMc são obtidos a partir da produção de hi- bridomas, cujas células sintetizam um tipo especial e invariável de AcMc. Embora seja possível utilizar anti- corpos policlonais, os AcMc fornecem um diagnóstico de maior especificidade. A razão desta especificidade é que o AcMc reconhece somente um epítopo (deter- minante antigênico) semelhante ao da molécula que foi utilizada para sua produção, o que significa dizer que é gerado um hibridoma para produzir AcMc específi- cos contra determinados epítopos de vírus, bactérias e parasitos. A pergunta chave: Para que serve a imu- nohistoquímica? Expressão de proteínas normais O estudo da expressão fenotípica de proteínas normais é de utilidade em certas patologias onde a síntese de tais proteínas é modificada (Figuras 1, 2 e 3). Figura 1. Germe dentário de peixe-rei com abundante expressão de citoqueratina (seta). Aanti-citoqueratina 40 X Como fazer uma análise imunohistoquí- mica? Para se realizar uma técnica de imunohistoquímica é necessário: • Um AcMc específico contra o epítopo que desejamos detectar; • Um segundo anticorpo relacionado ao AcMc; • Enzimas; • Substratos; • Cromógenos. As enzimas são catalisadores proteicos eficientes e sensíveis. Somente uma molécula de determinada enzima pode catalisar e, consequentemente, transformar entre 10.000 e 100.00 moléculas de substrato por minuto. As enzimas podem ser classificadas (muito superficialmente) em enzimas hidrolíticas (esterase, protease), fosforilases, enzimas oxidoredutoras (desidrogenases, oxidases, peroxidases, enzimas de transferências, descarboxilases e outras). 24 Figura 2. Túbulo renal marcado com anti-vimentina (seta). 40 X