TEATRO
O AMOR PELAS
COISAS DITAS
Apaixonados pelo palco, profissionais de diversas áreas se reú-
nem num mesmo grupo teatral
Reportagem por Laura Ferrazzano
Fotos por Roberta Freitas
C
om mais de vinte anos de
vida, a cia teatral Ama-
dododito luta para per-
manecer no palco, para ver a
qualidade artística e para de-
senvolver vários seres hu-
manos: não só os atores, mas
principalmente
o
público.
O grupo foi criado em 1996 por
Alan Pires, um dos fundadores da
cia, ator e atualmente analis-
ta de comunicação do Banco Itaú.
“A ideia de montar uma companhia
veio da necessidade que eu sen-
tia do mercado. Quando você se
forma ator, ou você se adequa à
linguagem de grupos já existen-
tes, ou você vai para a vida de
testes e audições.”, relembra.
Com uma veia de direção late-
jante, Alan conta que os grupos
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que tentou frequentar não dia-
logavam com suas linguagens ar-
tísticas. “Me juntei com algumas
pessoas que tinham uma linguagem
semelhante à minha e decidi mon-
tar a companhia. Nesse proces-
so, acabei encontrando um monte
de gente que sentia esse mesmo
desespero para dizer algo pro
mundo, e o Amadododito nasceu.”.
Amadododito é o nome que tra-
duz todas as emoções e angústias
dos integrantes, sendo o amor
pelo que é dito e falado. “Às
vezes as pessoas acham que eu
sou o Dito ou que é uma homena-
gem a alguém, mas quando desco-
brem o significado do nome, fica
até mais poético.”, brinca Alan.
O grupo conta com mais de
40 atores e além de espetácu-
los de autoria própria, todo o
processo é feito por eles, des-
de o roteiro, até a abertura
das cortinas na noite do espe-
táculo. Marcus Vinícius Rocha,
jornalista e ator da companhia
desde 2015, conta que eles se
dividem, entre as atrações que
estão acontecendo,
para exe-
cutar todas as tarefas. “Temos
peças que existem há mais de
vinte anos, temos também peças
novas que estão em processo de
elaboração que a gente vai ro-
teirizando. E tudo isso é divi-
dido! Não só os atores que irão
trabalhar nas apresentações,
mas nas burocracias. A gente faz
tudo, desde montagem de cená-
rio e bilheteria, até realmente
fazer parte do elenco que está