Uma estrela do rock no cerrado tocantinense
Artur Pery Raineri ficou sabendo que seria meu personagem para um perfil momentos antes de sua apresentação na Serreal, uma casa noturna de Palmas. O vocalista da banda Wizened Tree brincou com a situação. “Pode ficar calado?”, soltou. Ri em troca. Conheço sua boa retórica. Na ocasião, o músico de 25 anos, de cabelos que batem nos ombros e barba cheia, vestia uma camisa estilo hippie, apenas um brinco de pena e maquiagem nos olhos. Tudo para entrar na persona que logo mais subiria no palco. Em uma conversa entre amigos, a performance dele foi comparada a do lendário Jim Morrison: introspectivo, performático, ritualístico. E assim o foi.
O músico, professor de música, produtor, empresário e estudante de direito — como próprio elenca — é formado em produção musical. Dentre as inúmeras funções que afirma assumir, o vocalista da Wizened Tree diz se encaixar mais, obviamente, naquelas ligadas à música. A explicação do porquê não é fácil. “Tem a ver com a essência do meu ser. Sei lá, velho. Chamado divino, vocação… Putz! Não sei explicar”, admite. O interesse de Artur pela música surgiu quando tinha 12 anos e foi provocado por Davi, na época com 10 anos, que pediu para seu pai, o hoje procurador de Justiça Alcir Raineri, ensiná-lo a tocar violão e guitarra. “Pô, fiquei de cara também. Instigado, enciumado, falei: ‘quero aprender essa caralha aqui’. Só que fui desenvolvendo, naquele momento, mais aptidão. E gostei”, contou. Desde então Artur só quis saber de música. A família foi essencial para o vocalista da pesada Wizened Tree ter boas influências nacionais. Ney Matogrosso, Milton Nascimento, Titãs e Cássia Eller são lembrados. Artur se mostra eclético. Sobre como esta mistura de estilo o fez parar em uma banda puxada para o Stoner Rock.