RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 40
difamação movidos pelo juiz Rubens de Medeiros, a quem acusava de envolvimento
com grupos de extermínio em Duque de Caxias.
Em outubro de 1991, o juiz Eduardo Mayr aparece como uma das pessoas citadas no
Relatório Final da CPI do Extermínio de Menores da ALERJ. Seu nome aparece
associado ao matador Agnésio Saraiva, ex Comissário de Menores, que foi preso em
flagrante em 1985 portando uma pistola acautelada na 20ª Vara Criminal, à época de
responsabilidade do juiz. Em depoimento prestado sobre o caso na 1ª Vara Criminal, o
próprio Mayr justificou que as armas eram emprestadas para serem utilizadas “durante
aulas de criminologia”. Disse ainda que não se preocupava em fazer relação das armas
emprestadas a Agnésio, por conta da “mútua confiança” que havia entre eles. Também
disse que não verificava depois se as armas eram devolvidas. Agnésio foi condenado
pela execução de um menor, mas, respondendo o processo em liberdade, se tornou
foragido logo após a sentença.
No final de novembro de 1992, pouco mais de um ano após sua condenação por falsa
comunicação de crime, Volmer é sentenciado pela juíza Sirley Biondi, da 21ª Vara
Criminal de Justiça, a sete anos e quatro meses de prisão, em regime semiaberto, por
calúnia e difamação contra os magistrados Rubens de Medeiros e Luiz César
Bittencourt. Em junho de 1993, Volmer é condenado pela 4ª Câmara Criminal a cumprir
quatro anos de prisão em regime fechado pela simulação de sequestro com fito de
incriminar os magistrados Rubens e Luiz César. Após a condenação, Volmer fugiu,
tendo sido capturado na madrugada de 17 de julho.
No dia 23 de julho aconteceu a Chacina da Candelária.