por conseguinte, terá seu talento desperdiçado ou, o que seria ainda pior, aproveitado pelo seu concorrente.
Porém, em se tratando dos negócios voltados para o segmento fitness no Brasil, ainda vivemos um momento onde a ciência das organizações com tudo que tem produzido de conhecimentos no mundo de negócios, é muito pouco estudada DE VERDADE (numa visão otimista de minha parte!!) e que, por isso mesmo, ainda abre espaço para curiosos e expert´s de plantão, que tentam transformar opiniões pessoais e experiências isoladas em “verdades-cientificamente- comprovadas-não-sei-por-quem”, e que, exatamente por isso, nos encontramos em um mercado milionário onde as práticas de gestão são, na melhor das hipóteses, uma revisão de modelos tradicionais oriundos da administração científica de Taylor e Fayol desenvolvido no início do Século XX.
Os estudos sobre redes organizacionais e seu papel na inovação têm demonstrado, sobretudo nas empresas de serviços de diferentes segmentos, de fast-food à saúde humana, segmento este ao qual as empresas fitness pertencem, que elas se subdividem em 3 modalidades e abrangências: redes de cooperação, redes de confiança e redes de
Mas então, “como ela pode ser produzida na minha empresa?”, você deve estar se perguntando nesse momento.
Quem te responde a indagação é Ignácio Garcia Zoppi, um renomado antropólogo organizacional que desenvolve estudos na área de inteligência produzida a partir de redes sociais – Tree Intelligence ou Gestão Relacional – e seu papel na formação da inteligência coletiva no âmbito das corporações. Segundo ele, o desenvolvimento de uma cultura de inovação no século XXI precisa e somente será possível ser construída a partir das redes informais de comunicação, isso mesmo, informais, sobre as quais nossas empresas e gestores, com suas estruturas rígidas de hierarquia, poder e tomada de decisões nunca debruçaram seus olhares e atenção exatamente por entender que eram “de fora” em relação aos organogramas tão bem desenhados. A proposta deste pesquisador e consultor empresarial internacional é que devemos investir a partir da premissa do desenvolvimento
da interconectividade dos colaboradores como forma de produzir inovação diferenciadora, ou como seu instituto propõe e denomina, Interconnectivity Development.
O que Zoppi (2016) nos informa é que deixamos de perceber que são as pessoas e suas relações que produzem o dia-a-dia, o modus operandi das empresas e, por conseguinte, das suas entregas aos clientes com os respectivos padrões de qualidade e diferenciação, ou não em relação aos concorrentes. Com isso, o que este ilustre pesquisador nos explica é que não conhecer as redes informais de comunicação nos leva a não conhecer o real papel desempenhado pelas pessoas no processo de qualificação das entregas dos serviços, que pode, e normalmente é, bem diferente daquilo que os organogramas expressam com caixinhas e linhas de subordinação e hierarquia. Em outras palavras, estou te dizendo que a maior capacidade de inovar na sua empresa pode estar em alguém que, alocado em uma “caixinha” mais abaixo do organograma estabelecido e que, exatamente por isso, não será ouvido e,
“O desenvolvimento de uma cultura de inovação no século XXI precisa e somente será possível ser construída a partir das redes informais de comunicação.”
Março - Junho 2016 | Empresário Fitness & Health | 09