Quem é Quem Brasil - Argentina | Page 12

agronegócio para Rússia, China, Índia, Japão e outros países da Ásia. Podem ser também grandes exportadores para o Oriente Médio, a África e a América do Norte. E podem aumentar a pauta com produtos industriais. O meu objetivo também é quebrar as barreiras filosóficas entre os países. Temos de mostrar que a língua não é problema entre os dois países e que a única diferença cultural é que abacate no Brasil é sobremesa e nos países vizinhos é salada. COMO ATRAIR MAIS INVESTIMENTOS mento do mercado da América do Sul, nos próximos anos, em função da adesão de outros países da região sul-americana, interessados em se beneficiar da estrutura empresarial mais madura das duas nações. -O Paraguai, o Uruguai e a Bolívia ainda não têm uma grande produção para aumentar a oferta de produtos no mercado comum. Eles não descobriram ainda que podem vender muito mais no Brasil, Argentina e Venezuela e que também que podem comprar mais. Temos de melhorar a infraestrutura de transporte entre os países do Mercosul e reduzir as barreiras para os produtos da região – comentou. Para Fernando, os países da América do Sul precisam entender que devem aproveitar o potencial dos mercados vizinhos e evitar a briga com as nações ricas por causa de política ou de soberba. Ele observa que existia um sentimento de ciúme entre brasileiros e argentinos há algumas décadas e que esses conceitos foram superados porque prevaleceu a consciência de que os países juntos formam um grande mercado e um grande polo exportador. “O meu principal objetivo na Câmara é quebrar as barreiras que afastam os dois países e mostrar o grande potencial que existe na união das duas economias para conquistar outros mercados. Os dois países são grandes exportadores de produtos do 10 Fernando diz também que os países da América do Sul podem atrair mais empresas da Europa e dos Estados Unidos para produzirem aqui visando a exportação, como fazem as nações da Ásia. Ele observa que a China tem mão de obra barata e um sistema trabalhista mais flexível do que o das nações da América do Sul. Para ele, as nações da região mais ricas da Europa e da América do Norte podem realizar mais investimentos visando aumentar a produção para a exportação, principalmente os países que têm mercados pequenos para produtos industriais e um bom conhecimento técnico. “Na América do Sul, graças ao Mercosul, temos uma grande facilidade de passar como pessoa física de um país para o outro. Basta apresentar a carteira de identidade. Não precisa passaporte ou visto. Mas a transferência de produtos é mais complicada e tem muitas barreiras que precisam ser removidas para se aumentar muito o volume de negócios entre os países. É preciso melhorar a infraestrutura de transporte, fazendo uma melhor integração de rodovias, ferrovias, hidrovias e aéreas entre os países, para baixar o custo do frete e ficar mais fácil a circulação de mercadorias entre as fábricas. Hoje, na Europa, os países estão todos integrados do ponto de vista dos transportes e o Mercado Comum é um sucesso. O Mercosul precisa disso para se consolidar e provocar uma explosão de negócios entre os países”, observou.