5- Na sua opinião, de que forma o poder público pode tornar mais acessível a ajuda psicológica para uma população que esteja em sofrimento?
No meu modo de pensar, criando cargos para Psicólogos na Defesa Civil e criar uma política para residências que estão em situação ou poderão estar em breve, em condição de risco. O Alto Vale Catarinense em novembro de 2008, foi algo inédito, pois atingiu todas as classes sociais e inclusive o centro da cidade de Blumenau. Não atingiu as casas que estavam nas margens dos rios, atingiu inclusive, aquilo que se pensava ser seguro, mas devido a umidade do solo, por conta do período muito grande de chuvas, naquelas semanas, ocasionou os desmoronamentos tanto dos morros, quanto das margens dos rios.
1- Qual o papel do psicólogo em situações de desastres ou emergências?
O papel do Psicólogo é justamente servir de referência. Em outras palavras, servir de ego-auxiliar, para orientar outrem. Em situações de Desastres ou Emergências, a vítima está desorientada, precisando de alguém que suporte esta sua desorganização mental.
2- Em uma dessas situações, quais seriam os grupos de pessoas que precisam de maior atenção e apoio psicológico?
As vítimas em ato e as vítimas em potencial. As pessoas que estão dentro do problema, no caso de Blumenau em novembro de 2008, as pessoas que haviam perdido seus entes queridos, os que perderam suas casas e os que estavam na possibilidade de perder suas casas. Depois, as vítimas em potencial serão os parentes daqueles atingidos, os quais estão em busca de notícias e informações.
3- Em sua experiência, quais são os fenômenos psicológicos que estão mais presentes nestas situações?
Ansiedade, angústia, falta de orientação, perda da consciência, disfunção de pensamento e também de linguagem.
4- Como se dá a contratação de profissionais após uma crise?
No meu caso e de minhas Amigas Greice Neves Pasqualotto e Luiza Gutz, na ocasião, eu estava formado há 11 meses e trabalhava como Técnico em Informática na FATMA (Fundação do Meio Ambiente) e lá eles fizeram uma força tarefa e eu me candidatei, por ter feito, em junho do mesmo ano (2008), um Curso dado pelo CRP/SC, sobre psicologia das Emergências.
6- Conte um pouco dos motivos que lhe impulsionaram ao atendimento de pessoas que passaram por situações de emergência e desastre.
Naqueles dias, todos nós fomos convocados a fazermos alguma coisa, porque semelhantes da nossa espécie humana, estavam necessitando de ajuda. E como eu e minhas Amigas e Colegas de Curso e Profissão estávamos amparados por nossos conhecimentos e ainda que pouca experiência, mas muito a ser colocado em prática, nos auto-convocamos a estarmos lá, no Alto Vale Catarinense, atendendo pessoas, diante de suas urgências. Com isso, iniciamos a nos aprofundar neste Tema, o qual nos possibilitou a participarmos de Congressos a níveis estaduais, como também nacionais. Escrevi um artigo sobre o tema e participamos de alguns programas de Rádio e TV.
aTUAmente /Junho, 2015 6
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