Projeto Cápsula Sons da fala | Octavia E. Butler | Page 10

Ele apontou com a mão esquerda para o ônibus. As janelas escurecidas impediam que enxergasse o que estava acontecendo lá dentro. O fato de ele usar a mão esquerda interessou mais a Rye do que a pergunta óbvia. Pessoas canho- tas tendiam a ser menos debilitadas, mais razoáveis e compreensivas, e menos condicionadas por frus- tração, confusão e raiva. Ela imitou o gesto dele, apontando para o ônibus com a mão esquerda e então socando o ar com os dois punhos. O homem tirou o casaco, mostrando o uniforme completo do Departamento de Polícia de Los Angeles, com cassetete e arma oficial. Rye recuou mais um passo. Não havia mais De- partamento de Polícia de Los Angeles, nem qualquer grande organização, governamental ou privada. Ha- via milícias e indivíduos armados. E era isso. O homem tirou alguma coisa do bolso do casaco e o jogou no carro. Depois, fez um gesto para Rye, na direção da parte traseira do ônibus. Ele tinha algo feito de plástico na mão. Rye não entendeu o que ele queria até que ele caminhou rumo à parte traseira do ônibus e acenou para que ela ficasse ali. Ela obe- deceu, principalmente pela curiosidade. Policial ou 5