Projeto Cápsula Sons da fala | Octavia E. Butler | Page 17

sua casa. Ele raramente tomava banho desde que a doença o atacara. E tinha adotado o hábito de urinar onde quer que estivesse. Já tinha duas mulheres, cada uma cuidava de um de seus enormes jardins. Elas o toleravam em troca de proteção. Ele tinha dei- xado claro que queria Rye como terceira mulher. Ela entrou no carro e o homem de barba fechou a porta. Ela o vigiou enquanto ele dava a volta até a porta do motorista; o vigiou pelo bem dele, pois a arma estava no banco ao lado dela. E o motorista do ônibus e uma dupla de jovens tinham se apro- ximado alguns passos. Não fizeram nada até o ho- mem de barba estar dentro do carro. Então, um deles jogou uma pedra. Os outros seguiram o exem- plo e, quando o carro partiu, várias pedras ricoche- tearam, inofensivas. Quando o ônibus ficou alguns metros para trás, Rye enxugou o suor da testa e desejou relaxar. O ônibus a teria deixado depois da metade do caminho para Pasadena. Ela teria que caminhar apenas dezesseis quilômetros. Agora se perguntava quanto teria de ca- minhar – e se caminhar seria seu único problema. Na Figueroa com a Washington, onde os ônibus normalmente faziam o retorno, o homem de barba parou, olhou para Rye e indicou que ela deveria es- 12