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quemas e da linguagem do Antigo Testamento,
porque este ajudava não a descrever com exatidão o modo como se desenvolveu determinado
fato histórico, mas a expressar o significado e
a inseri-lo na história da Salvação.
Sempre houve, na Igreja primitiva, uma
intensa reflexão sobre o Antigo Testamento, não
apenas para se compreender Jesus, mas também
para se comporem os textos evangélicos.
b) Outra característica ressaltada pelo episódio do chamado dos quatro discípulos é que o
ensinamento (a autoridade de Jesus e a obediência dos discípulos) é feito não de forma abstrata,
mas no contexto de uma cena narrativa: Jesus caminhava ao longo do lago, via, chamava… O fato
de o discípulo, para seguir Jesus, ter também de
deixar os pais é apresentado de forma descritiva
(os dois filhos abandonaram sem delongas o pai
Zebedeu, enquanto trabalhavam). Evidencia-se
a presteza em entrar na nova condição de vida e
a exigência radical de se colocar o seguimento
de Cristo em primeiro plano.
O evangelista gostava de ensinar de forma
descritiva. Por comodidade, chamaremos esse
procedimento de “teologia visiva”: um ensinamento ou um significado expresso de forma
narrativa ou através de imagens.
Os Evangelhos narram seis vezes o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes,
mas somente em Marcos (Mc 6,39-40) ficamos
sabendo que Jesus mandou as pessoas presentes
se sentarem «em grupos […] na relva verde. E
sentaram-se no chão, repartindo-se em grupos
de cem e de cinqüenta».
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