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respondeu: «Vai e volta; pois o que eu te fiz?»
Eliseu afastou-se de Elias e, tomando a junta
de bois a imolou. Serviu-se da lenha do arado
para cozinhar a carne e deu-a ao seu pessoal
para comer. Depois levantou-se e seguiu Elias
na qualidade de servo (1Rs 19,19-21).
O evangelista (ou a tradição antes dele)
tinha sob os olhos esse episódio ao compor
a cena do chamado dos quatro discípulos.
Como Eliseu, também esses discípulos foram
chamados enquanto trabalhavam. A narração
veterotestamentária sugeriu também o detalhe
da despedida do pai, Zebedeu.
Embora o Antigo Testamento tenha ajudado a compor o relato do chamado dos quatro
discípulos, este não foi uma criação a partir do
Antigo Testamento. Por exemplo, o autor lembrou
que, diversamente de Eliseu, os quatro discípulos eram pescadores e não agricultores.
De modo geral, podemos dizer que a tradição apostólica não criou fatos ou milagres de
Jesus a partir de textos do Antigo Testamento.
Não foi porque os cristãos leram o relato de uma
multiplicação dos pães no Segundo Livro dos
Reis (2Rs 4,42-44) que tiveram a idéia de fazer
também o mesmo com Cristo2. A experiência
com Jesus foi um fator decisivo mas, para lhe dar
forma literária, os autores serviram-se dos es2) O fato de Jesus ter multiplicado os pães e os peixes
corresponde a uma lembrança histórica. O episódio
do Antigo Testamento sugeriu o diálogo entre Jesus e
os discípulos, bem como o tema da abundância e da
saciedade (os cestos que sobraram).
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