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neceríamos na superfície e não captaríamos o significado do episódio para a vida de fé. O relato evangélico, porém, não quer tanto transmitir informações, mas levar-nos a descobrir o valor do evento para a fé, favorecer o encontro com aquele Jesus que ressuscitou e agora vive. c) Consideremos, enfim, que, filhos de seu tempo, os evangelistas também acompanharam a mentalidade dominante na historiografia da antigüidade, bem diferente da mentalidade positivista que, mesmo contra a nossa vontade, nos impregna. Hoje, quando o historiador relata um fato, quer ser exato, dar informações precisas; escreve a história pela história. O importante é ser objetivo, chegar o mais possível à totalidade e à exatidão histórica dos acontecimentos1. O escritor antigo, por sua vez, quando falava de um fato histórico, perguntava-se antes de tudo qual o seu significado, e não tanto como ele havia se desenrolado. Interessava-se pela história não pela história em si, mas para ensinar, para edificar o leitor, para buscar satisfação etc. Ao leitor não importava tanto se o fato narrado ocorrera daquele modo; interessava-lhe sobretudo a verdade nele contida. O historiador antigo e o moderno não têm, portanto, o mesmo conceito de “verdade histórica”. 1) É certamente um ideal inatingível, pois até mesmo o historiador mais honesto não pode prescindir da própria subjetividade. Sequer falamos da narração tendenciosa e manipulada dos fato