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Por isso os Evangelhos, testemunho de fé, não têm a forma sistemática de um tratado de teologia, mas de um relato que se ocupa das palavras de Jesus de Nazaré e dos fatos sobre sua vida; são interpretações de acontecimentos reais. A atenção à história é essencial. b) Justamente porque os Evangelhos se destinam a alimentar a fé e a proporcionar um relacionamento com o Senhor ressuscitado nas várias situações da vida das comunidades, os relatos evangélicos apresentam-se como interpretação (à luz da fé, ou seja, da nova ou mais plena compreensão do agir de Deus em Cristo, suscitada pelo evento pascal) e não como uma biografia ou uma descrição exata dos fatos. Os Evangelhos são livros históricos enquanto transmitem a tradição daquilo que Jesus realmente disse e fez; mas não são relatórios literais, que narram com exatidão objetiva esses fatos. Por terem os Evangelhos nascido da fé e a serviço da fé, uma mera informação jornalística ou uma descrição detalhada dos fatos não serviriam, de modo algum, a esse fim. Ao contrário! Imaginemos a reportagem de um jornalista que testemunhasse o milagre da multiplicação dos pães e dos peixes. Teríamos certamente um belo relato, com muitos detalhes que hoje não temos mais como conhecer: o número exato dos participantes, as várias movimentações dos presentes, a localização precisa, a hora exata, o tempo empregado para a distribuição dos pães multiplicados e assim por diante. Em suma, teríamos muitos dados e um detalhado conhecimento do que aconteceu, mas perma12