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Levo comigo uma modesta bagagem e meu inseparável
laptop, que já quase faz parte de mim! Será que alguém veio
me buscar? A esta hora não me atrai a ideia de ter de enfrentar sozinho esta metrópole para mim desconhecida.
Felizmente, diante de mim, no meio da multidão que espera os passageiros, vejo alguém que me acena. Seu rosto sorridente o trai: sou capaz de pôr a mão no fogo de que é um
focolarino3. Já me sinto melhor.
– Bem-vindo a São Paulo! Como foi a viagem? – pergunta-me o maranhense Hilário, com um rosto acolhedor.
– Tudo bem! – respondo tranquilo.
Enquanto nos dirigimos ao focolare, ele me conta que está
passando uns dias em São Paulo; na verdade, mora em Bauru
(uma cidade localizada a trezentos e cinquenta quilômetros
da capital paulista) há alguns anos, compartilhou os últimos
dois anos com Alberto e viveu – com os focolarinos dessa
cidade – aqueles trágicos momentos.
Hilário é um jovem jornalista. Não esconde que o relacionamento com Alberto lhe custava. Brigavam muitas vezes
pelo gênio forte deste, e poucos dias antes, na celebração do
primeiro aniversário de sua morte, ofereceu-se para recordálo publicamente (“disse coisas bonitas”, segundo João Manuel, outro amigo de Alberto).
Enquanto me conduz ao local de hospedagem, ele faz brevemente uma síntese da forte experiência que viveram. Retiro-me
para o quarto com a mesma pergunta que me persegue com
insistência: Como vou fazer para contar a vida de Alberto?
3 São leigos que se entregam completamente a Deus, numa forma m