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Talvez seja certo dizer que a noite é boa conselheira, porque acordo cedo, tendo em mente toda a estrutura do que vou
escrever.
Vejo claramente que cada capítulo do livro corresponderá
a um dos quatorze dias em que se desenvolveu a desesperada busca de Alberto, e – por sua vez – subdividir-se-á em
duas partes: a primeira narrará a crônica, dia por dia, do que
foi acontecendo, enquanto, na segunda, tratarei de “entrar na
pele dele”, para fazer ele mesmo contar sua história, por meio
do flashback dos momentos mais relevantes de sua intensa
existência terrena, como se um filme passasse fugazmente
diante de seus olhos nesses breves, mas intermináveis, momentos de sua agonia.
Estou consciente da dificuldade desse empreendimento,
mas tenho a confiança da ajuda de Alberto para chegar até
o final.
Utilizarei o volumoso material que seus muitos amigos
me passaram, além de lembranças, histórias e entrevistas de
parentes e conhecidos4. Mas, sobretudo, ele mesmo falará por
meio das valiosas cartas que nos restaram, cujos parágrafos
evidenciarei entre aspas, especificando a data em que foram
escritas. Desse modo, o leitor poderá entrar em contato direto
com essa pessoa tão especial e vital.
Gustavo E. Clariá

4 Meu agradecimento vai para todos eles, mas de modo especial aos focolarinos de Bauru e aos de Casa Vita.

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