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Prólogo 15 de novembro de 2003. Em viagem a São Paulo. De novo em um voo. Às vezes sinto-me como uma valise que minha vontade, lutando contra si mesma, arrasta ao aeroporto e transporta no avião disponível. E aqui estou, “valise pensante”, meditando sobre Alberto, refletindo sobre os últimos momentos de sua vida. Estou viajando para o Brasil, a terra que recolheu seu sangue… Persegue-me aquele “concentra-te” com o qual Chiara2 me convidou a escrever sobre ele, mas a mente, que não consigo controlar, mal se concentra, volta a submergir no drama que Alberto viveu. Como contá-lo? Como se narram as tragédias? Talvez fosse mais oportuno apenas insinuá-lo ou, diretamente, evitá-lo. Acho que, por enquanto, convém concentrar-me no momento que me cabe viver. Hoje, encontro-me tão distante do duro final de sua vida terrena; nem sequer conheço bem seu começo!… E aqui vai essa “valise pensante” sobrevoando a noite de São Paulo, com o aeroporto de Guarulhos já à vista. 2 Chiara Lubich (1920-2008), fundadora do Movimento dos Focolares ou Obra de Maria. 15