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Uma visão de conjunto suas “fatias” aos indivíduos ou, alternativamente, agindo naqueles recessos da sociedade ainda não alcançados pelo mercado. Segundo essa visão, ou ideologia, os mercados atuam sempre e de todo modo pelo bem comum; eles são a mais alta expressão da sociedade civil; qualquer interferência, ainda que com intuito solidário (vide a taxa Tobin), é vista como obstáculo e, portanto, como algo danoso e imoral (cf. Novak, 2000; Sirico, 2001). No polo oposto a essa visão, encontramos a segunda abordagem, que enxerga a empresa como essencialmente antissocial. Essa concepção — que tem entre seus teóricos mais famosos autores como Karl Marx e Karl Polanyi, e como expressão atual mais visível alguns integrantes do “povo de Seattle” — caracteriza-se por conceber o mercado como lugar de exploração e domínio do forte sobre o fraco. A sociedade está ameaçada pelos mercados, e o avanço destes é interpretado como “desertificação da sociedade” — para usar uma célebre expressão de Polanyi