Pontivírgula - Edição Março 2018 Pontivírgula - Edição de Março 2018 | Page 7

Por falar em sorte, consideras que houve mais sorte ou mais trabalho no teu percurso?

Eu acho que é metade-metade. Tive muita sorte de ter arranjado o estágio na RR e de ter conhecido as pessoas que conheci que depois me encaminharam para o estágio de produção no “Café da Manhã”. Tive muita sorte com pessoas que, nomeadamente a doutora Ana Margarida Oliveira, me acarinharam desde o primeiro dia… Mas depois também há muito trabalho. Como produtor tu fazes tudo! Desde ir buscar cafés quando for preciso, porque os locutores estão em direto na rádio, não são eles que se vão levantar, até ao guionismo. Neste momento, até se for preciso a edição de vídeos. Tens que ter uma competência 360º para ser um produtor de rádio. Há cada vez mais essa necessidade. Eu mesmo tive que me reinventar. Aprendi a editar vídeos, por exemplo, e isso teve resultados e consequências positivas no meu trabalho.

Hoje em dia és locutor do programa BFF, com a Joana Cruz, das 20h às 22h. Estás no ponto mais alto da tua carreira?

Estou, claro. Acho que sim, estou no ponto mais alto da minha carreira e a partir daqui é sempre a descer. Mas lá está, quando eu comecei em 2005, o Facebook ainda não existia, pelo menos em Portugal, e as redes sociais vieram um pouco mais tarde. Dava tempo para preparar um texto, dar o texto ao locutor, o locutor pensava se queria ou se não queria ler, se queria fazer outro... agora as coisas são muito mais rápidas. Tens uma ideia para uma piada, se perderes cinco minutos já há 30 mil pessoas que a fizeram no Twitter antes de ti. Tu até tiveste a ideia, mas a piada já foi feita, já não vale a pena. Felizmente, tive a sorte de poder explicar aos meus superiores: “eu tenho vontade de ir ao microfone, tenho este tipo de capacidades criativas e já não faz sentido em 2017 eu ter que estar a passar a bola para os outros dizerem aquilo que eu pensei. Isso não faz sentido. Eu estou aqui, porque é que não posso dizer eu?”. Tive a sorte de me ter sido dada essa oportunidade.

Como é que é trabalhar com a Joana?

É super fixe, ela é a minha melhor amiga. Houve uma altura em que eu fiquei sem casa, num processo de mudança de casa, e a Joana Cruz disse “epá, enquanto não tens casa, podes vir viver comigo”. Em vez de alugar uma casa, tive a sorte de poder ir à procura de uma casa para comprar. Pá, tive um ano a viver em casa da Joana, ‘à pala’! Isso é de amigo. Então criámos uma afinidade muito grande, eu conheço-a, ela conhece-me e no programa quando ela pisca o olho de uma forma, eu já sei para onde é que ela vai e isso é uma afinidade que é muito difícil de encontrar.

ENTREVISTA

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© Tiago Sardo