Pontivírgula - Edição Março 2018 Pontivírgula - Edição de Março 2018 | Page 8

ENTREVISTA

............................................................

08

Quais são os teus planos profissionais a médio/longo prazo?

Isso é, sem dúvida, o meu calcanhar de Aquiles. Eu não faço ideia… eu nunca fiz planos a médio e a longo prazo, eu vou vivendo consoante as coisas vão acontecendo. Talvez agora que tenho 36 anos esteja na altura de perspetivar as minhas coisas a médio/longo prazo, mas eu nunca pensei… estou bem aqui, tenho o meu programa, tenho o meu espaço, digo as coisas que eu quero, como eu quero…

Vês-te a enveredar algum dia pela televisão?

Nunca pensei nisso, mas se me fizerem o convite obrigatoriamente irei experimentar. Estou numa fase em que quero experimentar tudo. Até ir fazer bungee-jumping, por exemplo. Não sei se estou a atravessar uma crise de meia-idade prematura, mas tenho que experimentar tudo. Não faz sentido ficar a dever coisas a ninguém. Sei que vou ter dificuldades em lidar comigo, com a minha imagem, não gosto de me ver em vídeos. Vejo dois segundos e já não me quero ver mais, mas se esse convite surgir, caramba, acho que é de aproveitar.

E que programa é que seria?

Tinha que ser alguma coisa que envolvesse parvoíce, palhaçada. Tinha que ser uma coisa descontraída e que me permitisse ser a pessoa que eu sou. O programa tinha que ter a minha personalidade, para fazer sentido, para ser orgânico. Senão ia estar ali reprimido e eu não sou essa pessoa. Não tenho imagem suficiente, nem carisma suficiente para ser um apresentador sério.

Já estamos a entrar na segunda metade do segundo semestre, ou seja, vai sair agora uma nova fornada de finalistas a entrar no mercado de trabalho. Que conselhos darias para estes alunos?

Uma pessoa que vai entrar para o mercado de trabalho tem que perceber que oportunidade é que lhe estão a dar. Mesmo a nível de estágio. A definição de estágio é um período de formação, onde melhoras as tuas competências. Aproveitem ao máximo a oportunidade que vos estão a dar, seja em que área for. Desde a gestão de sensibilidades, porque chegas ao mercado de trabalho e tens colegas e tu vais ter que saber lidar com eles e vais ter que saber gerir as sensibilidades de toda a gente e há pessoas que vão ser sacanas e pessoas que vão ser tuas amigas. É aproveitar todo o tipo de experiências que tu possas contrair do estágio e que sejam empenhados e focados porque não há nada pior do que receber um estagiário e estar a trabalhar com alguém que 1) não quer estar a trabalhar ali, 2) está-se nas tintas para estar ali e não faz o mínimo de empenho. Então aí só estás a perder o teu tempo e a desperdiçar o tempo da pessoa que está ali a ajudar-te e a formar-te e tem mais do que fazer. Resumindo: aproveitem todas as oportunidades que possam e extraiam o melhor delas.

«Uma pessoa que vai entrar para o mercado de trabalho tem que perceber que oportunidade é que lhe estão a dar»