Se a manhã foi profícua em debates e conferências mais expositivas e formais, a tarde, pelo contrário, focou-se em áreas específicas e na partilha de conhecimento entre grupos mais pequenos. “Fake News. A mentira nas redes sociais” foi uma das sessões das 15h30 às 17h00 e que contou com Alexandre Brito como orador. O Alexandre Brito é jornalista e subdiretor de informação da RTP, responsável pela área digital. Nesta sessão do MyCareer falou-se da partilha da mentira nas redes sociais, da diferença entre opinião e mentira, e até da Cambridge Analytica. Segue-se agora a entrevista que gentilmente nos cedeu no final da apresentação.
Porque é que escolheu o jornalismo?
Em primeiro lugar, porque tinha uma pessoa da família que trabalhava na área e eu tinha sempre alguma curiosidade em relação ao que ele fazia e depois segui esse caminho.
Quais foram as características fundamentais que o ajudaram no seu percurso e que o levaram à direção de informação da RTP?
Primeiro estudar que é o fundamental. Muitas vezes achamos que é um processo demorado e que nunca mais chegamos ao trabalho, mas é fundamental. E ter calma! As pessoas são muito novas e têm de crescer. Eu estudei em Portugal, depois tive a oportunidade de estudar fora do país, nos Estados Unidos. E isso também me dá uma visão global. Depois, acreditar e nunca desistir e sorte também. Eu tive a sorte de estar a ser lançado o CNL (Canal de Notícias de Lisboa), que depois foi comprado pela SIC Notícias e depois a carreira continuou por aí. E muito se deve também a isso.
Sempre quis trabalhar em televisão ou foi uma área que surgiu?
Tinha algum gosto pela televisão e pelo digital também, mas estava preparado para trabalhar para outros meios. Aliás, em estágios cheguei a trabalhar em jornais.
Terá o serviço público de ser o guardião do jornalismo de qualidade?
Globalmente em Portugal faz-se jornalismo bom. A nível das televisões então, faz-se jornalismo muito bom. Tanto na SIC, como na TVI, como na RTP claramente faz-se bom jornalismo. Não vejo que tenhamos um problema. Obviamente que a RTP tem… eu não gosto de diferenciar as coisas. O jornalista tem a responsabilidade de fazer jornalismo sério, verdadeiro e acho que todos eles fazem, pelo menos no caso das televisões. A RTP, eventualmente, por uma questão de serviço público pode ter mais ou menos atenção a determinados grupos, a coisas mais locais, por exemplo, que outros meios mais comerciais não dão tanta relevância.
E sente algumas pressões do governo, ou pressões externas?
Não, nenhuma, nenhuma.
FCH
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MyCareer: à conversa com Alexandre Brito, subdiretor de informação da RTP
Beatriz Rodrigues