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ATUALIDADE

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Festival de cinema regressa a Cannes

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Mafalda Wilton Correia

A 71ª edição do Festival de Cannes decorreu do passado dia 8 ao dia 19 de maio, trazendo mais uma vez à cidade francesa novidades do cinema internacional. Este ano foi marcado por vários acontecimentos simbólicos, como a celebração dos 50 anos do filme “2001: Odisseia no Espaço” e a presença da atriz australiana Cate Blanchett no júri do festival.

Em abril, Thierry Frémaux, o diretor do festival, anunciou os filmes a serem apresentados no festival, incluindo 18 longas-metragens em competição pelo prémio principal da Palma de Ouro. Entre estes filmes estavam: “Le livre d’image”, de Jean-Luc Godard, “BlacKkKlasman”, de Spike Lee, “Three Faces”, de Jafar Panahi, e “Summer”, de Kirill Serebrennikov. O filme que abriu o festival foi “Todos lo saben” (“Everybody Knows”), o primeiro filme em espanhol do realizador iraniano Asghar Farhadi, que conta com os atores Penélope Cruz e Javier Bardem. O grande prémio do festival, a Palma de Ouro, foi entregue ao drama japonês “Shoplifters” de Hirokazu Koreeda, um cineasta já muito habitual do festival.

Este ano foram muitas as novidades que aconteceram por Cannes. A seleção de filmes não contou com nenhum original da plataforma Netflix, uma decisão da própria plataforma, para estar em pé de igualdade com os outros realizadores. Esta decisão veio em resposta a uma nova regra imposta que proíbe a escolha de filmes que não tenham distribuição em sala no circuito francês. O realizador Martin Scorsese, de 75 anos, foi o escolhido para ser homenageado com o prémio Carrosse d'or, um prémio anual atribuído pela Sociedade Francesa de Realizadores.

Scorsese já tinha recebido um prémio de Cannes com a atribuição da Palma de Ouro pelo filme “Taxi Driver” em 1976. O mais recente filme da saga Star Wars “Han Solo: Uma História de Star Wars”, de Ron Howard, teve a sua estreia mundial no festival francês, e pela primeira vez o cinema da Arábia Saudita também esteve em Cannes, com a exibição de nove curtas-metragens sauditas, que se apresentaram como uma presença simbólica de abertura do país conservador à cultura ocidental.

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