No dia 20 de maio decorrem as eleições presidenciais na Venezuela, que terão como provável vencedor o atual presidente, Nicolás Maduro, devido à falta de um forte candidato de oposição. Maduro, militante do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), ocupa o cargo desde 2013.
A oposição classifica estas eleições como uma fraude, e vários países duvidam da legitimidade dos resultados que se apurem desta. Pede a que todos os candidatos que desistam de concorrer, por forma a não legitimarem estas eleições. Adicionalmente, num comunicado da oposição, foi referido que as forças armadas deveriam estar comprometidas com o país e não com Maduro.
Apesar da maioria da população se opor à presidência de Maduro, o que é comprovado pelo facto de os partidos da oposição ocuparem 112 dos 167 lugares (67%) na Assembleia Nacional, tudo aponta para que o atual presidente vença as eleições e cumpra mais um mandato, permanecendo neste cargo até 2025.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, já exprimiu o seu apoio a Nicolás Maduro, e o argentino Diego Maradona, ex-futebolista, apareceu no encerramento da campanha do atual presidente venezuelano. Maradona sempre demonstrou apoiar figuras de extrema-esquerda, como Hugo Chavéz, antigo presidente venezuelano, e Fidel Castro, líder cubano.
Em tempos, a Venezuela foi o país mais rico da América Latina, e ainda hoje é o país que possui as maiores reservas de petróleo do
mundo. Todavia, em 2017, 82% da população vivia na pobreza, a hiperinflação subiu o preço dos produtos em 13 mil porcento e 60% da população perdeu em média 11 quilos ao longo de 2017. Este “fenómeno” de exponencial emagrecimento da população ganhou o nome de “Dieta Maduro”. De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), nos últimos dois anos, cerca de 1,6 milhões de venezuelanos saíram da Venezuela à procura de melhores condições de vida.
Em resposta ao fracasso da política do presidente venezuelano, Donald Trump tem ameaçado o país sul-americano com sanções financeiras e impossibilitou que os cidadãos americanos realizassem negócios com empresas estatais venezuelanas, como a Petróleo da Venezuela. Desta forma, o presidente dos EUA pretende reduzir drasticamente o financiamento deste regime, que considera ilegítimo.
A crise venezuelana tem sido, a par da crise síria, uma das questões mais polémicas nos últimos anos. A questão venezuelana ganhou preponderância com a fotografia de Ronaldo Schmidt “Crise na Venezuela” e que venceu o World Press Photo 2018.
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Eleições presidenciais na Venezuela
David Oliveira
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