Em Jerusalém, falava-se de paz e agradecia-se a Trump. Em Gaza, os protestos continuavam e o número de mortos subia. Para Israel, os manifestantes estavam a ser liderados pelo Hamas e ameaçavam a fronteira com explosivos e pedras. Para a Palestina, era um protesto pacífico, iniciado com uma hashtag e não com luta armada.
Tudo começou com o pensamento “E se 200.000 manifestantes saíssem numa marcha pacífica e invadissem o arame farpado a leste de Gaza?”, partilhado no Facebook por Ahmed Abu Artema, um jornalista palestiniano. A #GreatMarchofReturn tornou-se viral e, depois, real. O protesto foi rapidamente adotado por muitos palestinianos e também pelo Hamas, apesar de o jornalista ter dito ser contra qualquer fação ou partido fazer da marcha parte da sua agenda.
Israel defende que não podia deixar que os manifestantes ultrapassassem a barreira construída em 1994 por razões de segurança. O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu fez vários tweets sobre a situação, destacando-se o seguinte: “Cada país deve proteger as suas fronteiras. A organização terrorista do Hamas afirma que pretende destruir Israel e enviar milhares para violar a vedação da fronteira para realizar este objetivo. Continuaremos a agir firmemente para proteger a nossa soberania e os nossos cidadãos.”
I’m Not Your Toy: A vitória de Netta e o boicote a Israel
Israel venceu a Eurovisão, com 529 pontos, com uma canção inspirada pelo movimento #MeToo. A música animada defendia o empoderamento das mulheres e apelava à diversidade, mas foi altamente criticada devido à ação de Israel contra os Palestinianos e ao toque político que a cantora lhe deu ao vencer.
“Muito obrigada por aceitarem as diferenças entre nós. Obrigada por celebrarem diversidade.” foram as palavras de Netta, a cantora israelita, ao vencer o Festival Eurovisão da Canção em Lisboa. “Adoro o meu país. Para a próxima, em Jerusalém.”
Esta afirmação da artista de 25 anos levou as pessoas a vocalizarem a sua insatisfação nas redes sociais. Muitas pessoas rapidamente apontaram como Netta Barzilai traiu a sua própria mensagem de diversidade e aceitação ao fazer uma afirmação de acordo com a propaganda israelita. Jerusalém não é a capital internacionalmente reconhecida de Israel, mas sim Telavive. Jerusalém já recebeu a Eurovisão duas vezes em 1979 e 1999.
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«Em Jerusalém, falava-se de paz e agradecia-se a Trump. Em Gaza, os protestos continuavam e o número de mortos subia»