Em vários países como a Índia, a idade limite é de 7 anos; Inglaterra e Nova Zelândia punem seus criminosos a partir dos 10; Canadá, Israel e Holanda punem a partir de 12 anos; Itália e Alemanha levam as crianças aos tribunais a partir dos 14 anos; Portugal, Argentina Espanha e Chile, a partir de 16 anos. Nos Estados Unidos, não existe uma idade mínima para seus infratores. Vale lembrar que cada um desses países baseiam-se nos índices de delitos e criminalidade de sua própria região, ou seja, na sociedade brasileira pode ser considerado inapropriado julgar uma criança, mas, nesses países, cada sociedade estrutura-se de modos diferentes e o governo, através do aval da sociedade, permite que haja leis mais rigorosas. Alguns países, de fato, possuem uma estrutura suficiente e eficiente para o cumprimento dessas leis.
Nos Estados Unidos, "Status offenses" ou infrações de status, são crimes como "arroto", evasão escolar, consumo de álcool e fuga de casa, popularmente conhecida como "conduta imprópria", são exemplos de leis rigorosíssimas aplicadas aos jovens nesse país. A falta de critério no julgamento dos casos faz com que crianças e adolescentes sofram em prisões superlotadas, como, por exemplo, abusos de guardas mal treinados, além da iniciação de adolescentes na vida do crime como forma de sobrevivência nesses locais. Todos os anos cerca de 2 milhões de crianças e adolescentes vão parar nas cadeias americanas por crimes não violentos. Em alguns casos mais graves, crianças a partir dos 12 anos são julgadas como adultos, inclusive podem ser condenadas à prisão perpetua e até mesmo à morte. Diante desse cenário, não é raro a notícia dos que se suicidam.
notícia dos que se suicidam.
No Brasil, não há penas desse modo para atos tão insignificantes, todavia, as prisões por aqui não são lugares adequados para adolescentes, mesmo que os infratores tenham cometido delitos graves, uma vez que podem tornarem-se mais perigosos, tendo a reincidência criminal como certa e a vida encurtada. Especialistas afirmam que os adolescentes começam com delitos leves, como furtos, e depois vão subindo "degraus" na escada do crime. De acordo com Ariel de Castro Alves, ex secretário-geral do Conselho Estadual da Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), muitos dos adolescentes que chegam ao latrocínio têm dívidas com traficantes e estão ameaçados de morte, e isso os estimula a roubar. " O sistema penitenciário brasileiro não tem cumprido sua função social de controle, reinserção e reeducação dos agentes da violência. Ao contrário, tem demonstrado ser uma 'escola do crime' . Portanto, nenhum tipo de experiência na cadeia pode contribuir com o processo de reeducação e reintegração dos jovens na sociedade.".
Atualmente no Brasil existem diversos debates no sobre a redução da maioridade penal. A ideia é diminuir a idade mínima com a qual uma pessoa pode ir para a prisão em caso de crimes hediondos. Inúmeros especialistas apresentam argumentos contra e a favor sobre a redução que podem contribuir para a decisão de um futuro melhor para o Brasil. Marcos Vinícius Furtado, presidente da OAB, afirmou "Toda a teoria científica está a demonstrar que ela [a redução] não representa benefícios em termos de segurança para a população".