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Sabemos da importância de um Patrimônio Cultural-Artístico para a identidade de uma nação, para que um povo se sinta representado pelos prédios, objetos, artefatos e monumentos que cercam seus arredores, com o intuito de contar sua história. Entretanto, devemos entender que nem todo mundo se sente representado por aquele patrimônio, e que muitas vezes ele tem um cunho político-ideológico. Além disso, precisamos compreender a diferença entre o patrimônio individual e o patrimônio coletivo.
O pesquisador Pedro Paulo Funari descreve patrimônio individual como aquele que deixamos aos nossos herdeiros, nossos pequenos bens materiais que contam a história de nossa família, de momentos únicos e íntimos que escolhemos para representar a nossa imagem diante do coletivo. Já o patrimônio coletivo é aquele que escolhem por nós, são as memórias escolhidas por terceiros para expor a representatividade de um local, de um povo, uma nação.
O patrimônio cultural pode ser dividido em três categorias, como acredita o museólogo e historiador francês Hugues de Varine-Bohan. A primeira categoria engloba os elementos pertencentes à natureza, como rios, lagos, paisagens, cachoeiras etc. A segunda é aquela do saber-fazer, que consiste de técnicas e da maneira como são feitas que sejam características de um povo; são os chamados elementos não tangíveis do patrimônio cultural. A última categoria refere-se aos bens culturais: construções, prédios, objetos e monumentos que representam uma nação e sua história. Sendo assim, temos o monumento como tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar a recordação, como definido por outro historiador francês, Jacques LeGoff. No caso desta revista, as Arcadas do Pelourinho e a Praça Zumbi dos Palmares, que nos remetem à memória negra em Curitiba e sua importância para a construção de uma representatividade do povo negro na cidade.
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O Monumento como Patrimônio Cultural