Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 28

A criança apenas riu e se deitou na cama, nada mais lhe importava naquela noite, nem mesmo os monstros brancos. Ameyal estava muito cansado, seu corpo doía e ele ouvia gritos e barulhos por todos os lados. Ao seu redor ele via apenas fumaça e era incapaz de se mover. Então algo começou a se delinear a sua frente, por trás da fumaça havia um homem, um homem alto e que usava uma armadura. Ele tentou correr, mas não conseguia sair do lugar, tentou gritar mas sua voz não saia, e então olhou em suas mãos e havia uma faca cheia de sangue. Foi aí que ele ouviu um som… Um burburinho suave, um som de tranquilidade. Era como se estivesse distante, mas era real! Chuva. Ele pulou da cama ainda tonto e desnorteado e foi até a porta. Esfregou os olhos e sorriu, estava chovendo, aquilo era um sinal de que os deuses não haviam lhes abandonado. Ele correu até a plantação e viu a terra molhada, olhou para cima e deixou a chuva cair em seu rosto. Vida… Aquilo era vida. E então voltou seus olhos para o horizonte, viu o manto de chuva irrigar as plantações, molhar os telhados de palha e encharcar a terra seca. E então ele viu… Por trás da chuva a caminho da ilha ele os viu. Monstros de 4 patas que faziam barulhos e batiam seus cascos no chão, homens montavam em suas costas, e traziam consigo enormes facas presas a cintura. Não eram muitos, certamente não eram deuses nem a Serpente de Plumas. Ameyal estremeceu, e foi consumido pelo medo do outro ser que estava ali, não era mais um sonho… Ele não sabia mas naquele momento Cortez havia chegado a capital asteca.