Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 26

alguns dias traziam coisas ruins e outros eram bons, como o dia 4 por exemplo que significava prosperidade. Porém caso a criança nascesse em um dia ruim era possível batizá-la com um nome nos dias que se sucederam, assim o novo dia, o dia da nomeação passaria a determinar a predestinação do bebê. Sua mãe não deveria ter tido a ajuda de um sacerdote, tão pouco de uma parteira que soubesse de tais fatos. Talvez Ameyal estivesse predestinado a ter visões perturbadoras, talvez aquilo fosse uma punição. Talvez ele tivesse nascido no dia 9 ou qualquer outro dia nefasto. Ele não sabia… E aquela angústia não abandonava sua mente nem por um segundo. - Está bom! - disse o homem quando o trabalho havia sido terminado. - Pegue seu animal, vou abatê-lo e limpar. Ameyal escolheu um peru grande mas não o maior pois não queria se aproveitar do homem, aliás o trabalho que realizou foi relativamente simples. Ele pegou o animal e o entregou para o velho que foi para o outro lado do terreno abatê-lo. E assim que ele saiu sua filha apareceu na porta. - Reze para não ter mais sonhos! - Disse ela o encarando seriamente. - Reze para que eles não sejam verdade. - disse arrumando as ferramentas. - Outras tribos estão traindo nosso povo, ignoram a devastação e enfermidade que trazem consigo. Temo que seu sonho possa ser realmente verdade… - Montezuma sabe que estão por perto? - Ouvi boatos… Dizem que Montezuma acredita ser o retorno da Serpente de Plumas. - sussurrou a garota. - Acredita que eles são os deuses. - E no que você acredita? - perguntou ele se aproximando dela.