Paradidático - O Outro em Mim Paradidático - O Outro em Mim | Page 25
Nessa hora Ameyal engoliu seco, a imagem de seu sonho voltou como
um relâmpago e seu corpo travou. A moça olhou para ele aflita, largou os
frutos e se aproximou.
- O que foi? - perguntou ela.
- Madeira… Eu sonhei com isso. Sonhei com isso…
- Você teve uma visão dos invasores?
- Não… Não vi seus rostos. - disse ele - Mas vi os monstros de
madeira.
-
Os deuses estão atrasados então, pois lhe deram uma visão do
passado, eles já chegaram…
O jovem concordou com a cabeça, estava temeroso.
- Talvez eles também tenham me dado um presságio. - disse ele.
- Que presságio?
- Tenochtitlán em chamas.
Nessa hora ela deu um passo para trás, seus olhos foram para longe e ela
levou as mãos ao peito.
-
Que os deuses não saibam de sua existência e que jamais tenham
lhe dado sonhos. Que isso tenha sido apenas imaginação. - disse
ela lhe dando as costas e entrando em sua casa.
Ameyal ficou ali por um tempo… Claramente se arrependeu de ter
contato aquilo para a garota. Coisas ruins como esse sonho devem ser
mantidas ao conhecimento de poucos, e no seu caso deveria ter sido
mantido apenas ao seu.
Profecia
Durante a tarde de trabalho o jovem pensou em muitas coisas, e
uma que lhe veio ao caso foi seu próprio nascimento. Nas famílias com
mais condições os sacerdotes adivinhos previam o destino da criança. O
cálculo era feito baseado no dia do nascimento e o que este significava,