Ocupação Efêmera da FeliS e seus impactos no Centro Histórico. Espaço público e ocupação efêmera | Page 11
Figura 1 - Mapa da província do Maranhão.
Fonte: João Teixeira Albernaz, o velho (1602 - 1666) apud Luis Phelipe Andrès, 1998.
O traçado urbano de São Luís foi desenvolvido a partir do código
urbanístico retirado das Ordenações Filipinas, que "refletiam as expectativas
renascentistas de beleza, simetria e ordenação racional dos espaços públicos, surgida
com a descoberta do desenho em perspectiva" 2 . O traçado em malha ortogonal foi
adotado pelo engenheiro-mor Francisco Frias de Mesquita, que executou todo o plano
de arruamento da cidade. No livro "São Luís, Capital Moderna e Cidade Colonial", José
Antonio Viana afirma que as características deste traçado estão na não hierarquização
das ruas sem definir funções específicas entre elas, a orientação realizada através dos
pontos cardeais, a fim da insolação e a ventilação chegassem a todas das edificações que
foram pensadas para ter suas fachadas alinhadas em lotes e sem a presença de recuos.
A partir desse modelo é que foi dado início a ocupação da cidade, onde
foram destinadas as áreas para a atividade comercial, chamada cidade baixa, e para as
atividades administrativas, religiosas e militares, cidade alta (VIANA, 2013, p.35). O
desenho urbano do Centro Histórico se manteve nos séculos XVIII e XIX, até na
expansão da cidade em direção ao interior da ilha também foram utilizadas orientações
de morfologia e condições geográficas. Este traçado não passou despercebido por
viajantes estrangeiros que o avaliaram como regular, com ruas bem calçadas e
imponentes construções, sendo bem qualificadas no quesito salubridade do ambiente
urbano 3 .
2
Ver São Luís - Ilha do Maranhão e Alcântara: guia de arquitetura e paisagem, p.14.
Viajantes como Daniel Parish Kidder, Robert Avé-Lallemant e George Gardner estiveram em
São Luís e registraram suas impressões sobre a cidade. Ver VIANA, 2013, p.38.
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