Oberin Enfrentando a Cultura do Estupro. | Page 7

Entrevista:

Entrevistada: Ana Gabriela Martins Ferreira

Repórter: Eliane Batista Cerqueira

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Ana Gabriela Martins Ferreira, professora da rede pública e fundadora da página Feministasgm no Instagram.

Ana Gabriela Martins Ferreira de apenas 23 anos é mineira, bióloga, intérprete de libras, feminista engajada na causa, fundadora de uma página na rede social Instagram com mais de 100k de seguidores, além de fazer parte de uma rede de apoio a mulheres em sua cidade (Divinópolis – MG). “A página @feministasgm surgiu como uma espécie de “blog pessoal”, e foi tomando proporções que me surpreendem até hoje.”

A Oberyn bateu um papo com ela via whatsApp a fim de conhecer um pouco sobre sua vida e sua luta contextualizando o feminismo com a cultura do estupro para entendermos a importância do primeiro no combate ao segundo.

OB: Defina Feminismo.

AG: Feminismo é um movimento político/social que visa de maneira geral pela equidade entre os gêneros. Aprofundando no seu conceito, há diversas ramificações de anseios que o movimento busca além da equidade, como a luta contra a violência doméstica/obstétrica, por exemplo.

OB: Como e quando você conheceu o movimento feminista e começou a se engajar tanto pela causa?

AG: Quando eu tinha por volta de 20 anos conheci o feminismo, até então superficialmente. Vivia um relacionamento abusivo e não sabia distinguir os sinais que ele me apontava.. Uma amiga feminista me

deu todo o suporte necessário para que eu saísse daquela realidade, e através dela e do que ela fez por mim eu quis retribuir aquilo de alguma forma. A página já existia porém não com o intuito que tem hoje. Assim eu me engajei cada vez mais para que libertasse mais mulheres de amarras que elas ainda não enxergam.

OB: O que é a cultura do estupro?

AG: Cultura do estupro nada mais é do que ações cotidianas que são despercebidas pela grande maioria, e que reforçam estereótipos de gênero. Culpabilizar a mulher que sofre o estupro, por exemplo. Mas a cultura se enraíza em atitudes muitas vezes vistas como inocentes, como questionar qual roupa a vítima desse ato estava usando, ou dizer que o estuprador na cadeia “vira mulherzinha”. São dizeres que reforçam e estimulam o pensamento comum do patriarcado.