OB: Qual a relação do feminismo com a cultura do estupro?
AG: O movimento feminista se relaciona ao combate à cultura do estupro, promovendo a conscientização dessas ações rotineiras citadas e estimulando o indivíduo ao pensamento crítico. Combater a cultura do estupro é proteger a mulher antes que ela se torne vítima.
OB: Qual o seu posicionamento a respeito de alguns filósofos que negam a existência da cultura do estupro no Brasil?
AG: Grande parte das pessoas que defendem a ideia de que a cultura do estupro não existe, são pessoas que ocupam o papel opressor e não possuem a empatia de conhecer e compreender a realidade dos que sofrem com a ação. Questionam é argumento acima de uma opressão que não sofrem, logo não possuem capacidade de definir ou conceituar algo relacionado a isso.
OB: Como você lida com os retrocessos sofridos por nós mulheres em pleno século XXI, onde parlamentares majoritariamente homens decidem por nós? Exemplo disso é o PL 5069/2013 que modifica o entendimento de violência sexual. Segundo a Lei 12.845/2013, foi estabelecido que violência sexual é qualquer forma de atividade sexual não consentida. Já o PL 5069/2013 propõe que, para ser considerado crime contra a liberdade sexual, a violência sexual tem que resultar em danos físicos e psicológicos, provados por exame de corpo de delito. Em vez de acesso garantido a todos os hospitais e serviços de saúde, apenas com seu relato do ocorrido, como manda a legislação atual, o PL põe em dúvida a palavra da mulher. Ela fica obrigada a primeiro faze obrigada a primeiro fazer registro em delegacia e exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Só então pode ser encaminhada a atendimento.
Ela fica obrigada a primeiro fazer registro em delegacia e exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML). Só então pode ser encaminhada ao atendimento.
AG:Além das citadas, há também uma PL que quer tornar o aborto crime até mesmo em casos de violência sexual e de fetos anencéfalos. Homens decidindo sobre vidas e corpos que não são deles, e mais uma vez a questão que já citei anteriormente: definindo sobre opressões que não sofrem.
É difícil ver tudo isso e não sentir revolta, porém o que ainda falta é justamente essa união que você me disse. Por mais que já tenhamos avançado e nos posicionado mais, ainda nos rivalizamos muito. Ano passado uma mulher membro de movimentos políticos na Argentina foi brutalmente assassinada, empalada viva.
OB: Fale um pouco sobre sua rede de apoio.
AG: A rede de apoio ocorre através de encontros que acontecem quinzenalmente. São rodas de conversa com a intenção de conscientizar e empoderar mulheres, além de ser
Página Feministasgm administrada no instagram por Ana Gabriela Martins Ferreira