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LIGA DA JUSTIÇA

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Como em toda história de herói, eventualmente uma ameaça maior do que aquela qualquer um deles sozinho pode enfrentar é apresentada para destruir o mundo. Sendo assim, são formados os icônicos times compostos pelos maiores heróis dos quadrinhos, criando as melhores sagas de todos os tempos. Liga da Justiça mora nos corações nerds dos leitores de HQs e das crianças que assistiam ao desenho. Portanto, a expectativa para este longa era grande.

Esse filme foi posto em prova, pois a DC Comics vem falhando exponencialmente com filmes anteriores, sendo salvo apenas pela Mulher-Maravilha. E novamente vemos a Warner falhando de forma drástica em um filme tão importante quanto Liga da Justiça.

O filme veio com o peso de mostrar três novos personagens significativos para a trama. Flash, um grande nome que tem muitos fãs, traz o ar de comédia para o filme, deixando-o mais leve - mas que muitas vezes parece ser exagerado. Isso é diminuído para palhaço da turma e novato, mas vemos que ele está em um processo de aprendizado. Aquamen tinha tudo para ser uma figura poderosa, mas é apresentado como um beberrão e piadista. Já Ciborgue, pouco conhecido pelo público, estava envolto em um drama que não parecia ter cura, mas de repente se recupera e entra em um time no qual era contra.

O grande talento de Ben Affleck é perdido pelas piadas de luto que seu personagem faz após a morte de Superman. O brilho das telas então é posto quase que inteiramente em Gal Gadot, que como Mulher-Maravilha não faz nada menos do que ser uma grande heroína, enquanto os outros heróis parecem estarem presentes apenas para fazer número.

Aquele que salva o time de heróis é Superman, que tira aquela visão sombria do filme Homem de Aço, e renasce (literalmente) com a imagem de esperança e carisma que é verdadeiro de Kal-El, como nós amamos.

Como vilão que busca o apocalipse, é esperado que seja um ser extremamente poderoso, mas vemos que ele está presente apenas como justificativa para a formação da equipe. O Lobo Estepe, ser mais poderoso que um deus, assusta apenas em sua aparência.

O feito do longa metragem mais esperado pelos fãs da DC acabou por ser uma ação desesperada e desastrosa, que poderia ter sido feito após os filmes solos de toda a Liga da Justiça. Personagens que nos inspiravam quando criança têm sua imagem gasta em um filme que poderia ser futuramente relevante.

Zack Snyder não esteve presente na produção das cenas finais do filme, o que o tornou algo desleixado e com exagerados efeitos. A fotografia escura foge do contexto cômico que o filme leva, não tendo balanço algum entre as cenas.

Marina Benini