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SOBRE ESPIRAIS E TOC
Marina Benini
Escritor Estadunidense John Green
Tartarugas até lá embaixo, traz Aza Holmes, uma adolescente de 16, que junto a sua melhor amiga, recebem a notícia de que o bilionário Russel Picket desapareceu após ser condenado a prisão. Sendo assim estão determinadas a encontrar qualquer pista sobre ele, pois a uma recompensa de cem mil reais em jogo. Enquanto isso Aza lida com um transtorno compulsivo-obsessivo, que frequentemente invade sua mente com pensamentos que formam espirais que se afunilam infinitamente, impedindo que leve uma vida normal.
Aza Holmes, ao investigar o caso, reencontra um velho amigo, no qual tenta se relacionar amorosamente, mas não consegue devido a sua espiral de pensamentos compulsivos. Sua melhor amiga que não a compreende, mas que sente o mesmo em relação a Aza. E a mãe, muito preocupada com a saúde da filha, acaba ansiando esses pensamentos. O desaparecimento se torna um pretexto para que Green nos prenda a história, quando na verdade o principal foco é a mente de Aza.
No livro, entramos na cabeça de Aza, e junto a ela vivemos momentos conturbados de total aflição que obrigam a personagem a se isolar do mundo, por não saber lidar com esses pensamentos que frequentemente invadem sua mente. John Green se sente assim, como sua personagem, que foi baseada em si mesmo, que vive com TOC, e seus pensamentos são os pensamentos de Aza. Com esse título pessoal, ele nos mostra o que não vemos ou entendemos sobre essa doença, que é tão romantizada na sociedade.
Durante a divulgação desse título, 6 anos depois de a Culpa é das Estrelas, em um vídeo de seu canal que compartilha com seu irmão, fala sobre saúde mental e como é difícil identificar essas dores que não são visíveis ou sensíveis, que vive com pensamentos que aparecem de fora e que tomam sua consciência, de forma obsessiva, só conseguindo focar nesses exatos pensamentos, perdendo o controle de si mesmo, muitas vezes desacreditando em sua própria existência.