Goiânia, Janeiro / Fevereiro de 2018
EXPLICANDO O EVANGELHO
Cap. XV: Fora da Caridade não há Salvação
Item 4 - O Maior Mandamento
Enlace de Amor
Qual o maior mandamento da Lei?
Foi a pergunta que um Fariseu, doutor da
lei, cheio de arrogância, fez a JESUS, com a
clara intenção de o tentar. Com a sobrie-
dade que lhe é peculiar, o Mestre senten-
ciou: “Amareis o Senhor vosso DEUS de
todo o vosso coração, de toda vossa alma e
de todo vosso espírito”. E, o segundo, que é
bem parecido a este é: “Amareis vosso pró-
ximo como a vós mesmo. Toda a Lei e os
profetas estão contidos nesses dois man-
damentos”.
Caridade e humildade, tal é, pois, o
único caminho da salvação. De forma en-
fática, sem deixar outra alternativa, o Rabi
nos alerta, que a caridade é o amor viven-
ciado, colocado em prática; e que a humil-
dade é a força motora que nos impulsiona a
abandonar o egocentrismo para abraçar a
fraternidade. Diz ainda, de forma clara, que
para exercitar a caridade, é imprescindível,
amar a Deus e ao próximo, pois todos os
deveres do homem estão contidos na máxi-
ma que dá nome a este capítulo: “Fora da
Caridade não há Salvação”.
Amigos da
Seara Espírita Redação
Adalberto Mota
CARNAVAL
Para se entender o carnaval e outras festas populares, é
necessário lembrar que a Terra ocupa o segundo lugar na
escala evolutiva enquanto um planeta de provas e expiações.
Aqui, e em mundos semelhantes, encarnam espíritos recém
saídos da barbárie, dando os primeiros passos na sua história
evolutiva e esses espíritos trazem consigo um grupo de
sensações ou pulsões que precisam ser extravasadas para que
não se voltem contra a sociedade em que encarnaram. Não
foi a toa que Freud nos defendeu a tese de que a cultura nasce
da repressão. Em verdade, estamos encarnados para repri-
mirmos as más tendências e adquirirmos elementos espiri-
tuais positivos como o amor, a solidariedade, o respeito ao
próximo e as diferenças, em uma palavra, desenvolver as
faculdades positivas do espírito.
A festa é o momento em que o espírito tem a oportuni-
dade de pôr para fora, não necessariamente, o que ele tem de
pior mas as suas emoções mais profundas. Como somos
espíritos altamente imperfeitos as nossas festas quase sempre
explicitam emoções do tipo primário. Nos tempos da Grécia
antiga, as bacanais, festas dedicadas ao deus Dioniso ou
Baco tornaram-se tão perigosas para o equilíbrio da polis
(cidade) que teve de ser transformada em teatro como uma
forma de "domesticação" do conteúdo nocivo da alma
humana. A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos
que aconte-cia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade
de Beauvais no dia 14 de janeiro entre outras inúmeras festas
populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta
mesma função.
O carnaval é uma dessas festas que costuma ser cha-
mada de folia que vem do francês folle que significa loucura
ou extravagância sem que tenha existido perda da razão. No
caso do carnaval a palavra significa desvio, anormalidade,
fantasia descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa
carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode
extrojetar o que há de mais profundo de mais primitivo em si
mesmo. O poeta Vinicius de Morais deixou isto muito claro
ao dizer: "Tristeza não tem fim, felicidade sim / A felicidade
parece a grande ilusão do carnaval / a gente trabalha um ano
inteiro / por um momento de sonho / pra fazer a fantasia de rei
ou de pirata ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta-
feira."
Qual a posição do espírita ante o carnaval? Sem querer
ditar normas, apenas dando a minha opinião, o espírita, em
primeiro lugar, deve compreender o carnaval; não ser muito
severo, não ter medo dele por acreditá-lo uma expressão do
mal e do diabólico da alma humana; não fugir dele por medo
de sua sedução. Não deve, como fazem algumas religiões
criar blocos ou escolas-de-samba para brincar um carnaval
cristão. Pode ser um observador comedido, se gosta da festa,
ir ao sambódromo ou às ruas para ver os foliões e, se não gos-
ta, pode aproveitar o feriadão para descansar, meditar ou es-
tudar espiritismo sozinho ou em conjunto; em resumo seguir
o conselho de Paulo: "Viver no Mundo sem ser do mundo."
José Carlos Leal