Notícias da Seara JORNAL 17 (1) | Page 5

Goiânia, Janeiro / Fevereiro de 2018 EXPLICANDO O EVANGELHO Cap. XV: Fora da Caridade não há Salvação Item 4 - O Maior Mandamento Enlace de Amor Qual o maior mandamento da Lei? Foi a pergunta que um Fariseu, doutor da lei, cheio de arrogância, fez a JESUS, com a clara intenção de o tentar. Com a sobrie- dade que lhe é peculiar, o Mestre senten- ciou: “Amareis o Senhor vosso DEUS de todo o vosso coração, de toda vossa alma e de todo vosso espírito”. E, o segundo, que é bem parecido a este é: “Amareis vosso pró- ximo como a vós mesmo. Toda a Lei e os profetas estão contidos nesses dois man- damentos”. Caridade e humildade, tal é, pois, o único caminho da salvação. De forma en- fática, sem deixar outra alternativa, o Rabi nos alerta, que a caridade é o amor viven- ciado, colocado em prática; e que a humil- dade é a força motora que nos impulsiona a abandonar o egocentrismo para abraçar a fraternidade. Diz ainda, de forma clara, que para exercitar a caridade, é imprescindível, amar a Deus e ao próximo, pois todos os deveres do homem estão contidos na máxi- ma que dá nome a este capítulo: “Fora da Caridade não há Salvação”. Amigos da Seara Espírita Redação Adalberto Mota CARNAVAL Para se entender o carnaval e outras festas populares, é necessário lembrar que a Terra ocupa o segundo lugar na escala evolutiva enquanto um planeta de provas e expiações. Aqui, e em mundos semelhantes, encarnam espíritos recém saídos da barbárie, dando os primeiros passos na sua história evolutiva e esses espíritos trazem consigo um grupo de sensações ou pulsões que precisam ser extravasadas para que não se voltem contra a sociedade em que encarnaram. Não foi a toa que Freud nos defendeu a tese de que a cultura nasce da repressão. Em verdade, estamos encarnados para repri- mirmos as más tendências e adquirirmos elementos espiri- tuais positivos como o amor, a solidariedade, o respeito ao próximo e as diferenças, em uma palavra, desenvolver as faculdades positivas do espírito. A festa é o momento em que o espírito tem a oportuni- dade de pôr para fora, não necessariamente, o que ele tem de pior mas as suas emoções mais profundas. Como somos espíritos altamente imperfeitos as nossas festas quase sempre explicitam emoções do tipo primário. Nos tempos da Grécia antiga, as bacanais, festas dedicadas ao deus Dioniso ou Baco tornaram-se tão perigosas para o equilíbrio da polis (cidade) que teve de ser transformada em teatro como uma forma de "domesticação" do conteúdo nocivo da alma humana. A Festa do deus Líber em Roma; a Festa dos Asnos que aconte-cia na igreja de Ruan no dia de Natal e na cidade de Beauvais no dia 14 de janeiro entre outras inúmeras festas populares em todo o mundo e em todos tempos, têm esta mesma função. O carnaval é uma dessas festas que costuma ser cha- mada de folia que vem do francês folle que significa loucura ou extravagância sem que tenha existido perda da razão. No caso do carnaval a palavra significa desvio, anormalidade, fantasia descontração ou mesmo alegria. Assim, a festa carnavalesca é o momento em que o espírito humano pode extrojetar o que há de mais profundo de mais primitivo em si mesmo. O poeta Vinicius de Morais deixou isto muito claro ao dizer: "Tristeza não tem fim, felicidade sim / A felicidade parece a grande ilusão do carnaval / a gente trabalha um ano inteiro / por um momento de sonho / pra fazer a fantasia de rei ou de pirata ou jardineira / Pra tudo se acabar na quarta- feira." Qual a posição do espírita ante o carnaval? Sem querer ditar normas, apenas dando a minha opinião, o espírita, em primeiro lugar, deve compreender o carnaval; não ser muito severo, não ter medo dele por acreditá-lo uma expressão do mal e do diabólico da alma humana; não fugir dele por medo de sua sedução. Não deve, como fazem algumas religiões criar blocos ou escolas-de-samba para brincar um carnaval cristão. Pode ser um observador comedido, se gosta da festa, ir ao sambódromo ou às ruas para ver os foliões e, se não gos- ta, pode aproveitar o feriadão para descansar, meditar ou es- tudar espiritismo sozinho ou em conjunto; em resumo seguir o conselho de Paulo: "Viver no Mundo sem ser do mundo." José Carlos Leal