Notícias da Seara JORNAL 17 (1) | Page 4

Goiânia, Janeiro / Fevereiro de 2018 APRENDENDO COM ESSE CAPELLI PAUSA A pressa irracional que faz movimentar os homens no mundo de hoje, (levando-os, não raramente, ao desequilíbrio, aos tropeços, er- ros e, algumas vezes, ao desespero) é em síntese, o desprezo ao valor efetivo da PAUSA, que oferece a quem a valoriza, momentos de reflexão para encontrar o melhor caminho a ser trilhado. Para trazer os irmãos à reflexão, e a um clima de razão, oferecemos a seguir algumas considera-ções a respeito da PAUSA. - Na inquietação que a pressa leva o ho- mem, é bom refletir sobre o valor da PAUSA, que até na partitura musical, oferece momento para valorizar a músi- ca. -Nos momentos de tropeço, na caminhada da vida, é bom e racional valer-se da PAUSA, para avaliar onde está o erro e a melhor solução para o momento. -Quando a pressa e a irreflexão levar ao erro, quanto aos semelhantes, é judicioso fazer uma PAUSA para evitar o revide odioso que pode trazer, a quem dela se vale, a nocividade do ódio do agressor. -Nos momentos de dor e mazelas do cor- po, antes da irresignação contra o meio e as pessoas, é bom usar a virtude da PAUSA para avaliar a verdadeira causa da mazela sofrida. -Quando da investida do cobrador, refe- rente às dívidas contraídas, é prudente usar a sabedoria da PAUSA para avaliar onde está a fraqueza e o erro da contração da dívida, que sempre se atrela a ambição ou desejo irracional de obter o supérfluo, o inútil e o que, muitas vezes, é desneces- sário. -Quando a dúvida, o medo ou a insegu- rança te levar à encruzilhada dos cami- nhos da vida, é momento de valer-se da sabedoria da PAUSA para avaliar e valo- rizar a experiência dos mais velhos e mais vividos sobre o caminho a ser esco- lhido e trilhado. -Por fim, valorize a PAUSA para frear a pressa irracional, a ambição desmedida, a teimosia obstinada e colocar em prática o preceito evangélico de:  “Perdoar os inimigos e orar pelos que te perseguem”.  “Amar a DEUS sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Nos momentos de inquietações e de dúvi- das usa a sabedoria da PAUSA, aquieta-te, ora e, certamente, te será oferecido o conforto da LUZ e da RAZÃO. ENTREVISTA COM DIVALDO Entrevista concedida por Divaldo Franco à revista Direito e Espiritualidade, em 18.10.2016. Divaldo, a tecnologia teve forte avanço no século 20. Seria o século 21 o do impulso para o progresso da ética? — Sem dúvida, o século passado pode ser considerado o mais notável dos últimos tempos, em razão das conquistas ímpares da ciência e da tecnologia. Ampliaram-se os hori- zontes do Universo, penetrou-se nas micropartículas, decifraram-se vários enigmas que aturdiam o indivíduo, as comodidades multiplicaram-se, a longevidade humana tornou-se possível e o homem assim como a mulher pare- ceram haver triunfado sobre a ignorância e os limites do conhecimento. Nada obstante, os conflitos emocionais multiplicaram-se, os sentimentos desceram a níveis dantes não alcançados, as dores tornaram-se mais severas e a paz interna cedeu lugar às inquietações e angústias. Afirmam os Benfeitores espirituais que o atual será o século do amor, da ética, do retorno aos valores morais ora desprezados, que a cultura e a civilização aplicaram milênios para os estabe- lecer, sem que houvessem prevalecido. O ser humano anela pela paz e teme amar, considerando-se descartável pela moderna cultura superficial e de rápido olvido. Nesse senti- do, o Espiritismo oferece uma contribuição valiosa, com as suas seguras diretrizes a respeito da imortalidade da alma, das comunicações espirituais, da reencarnação e da necessi- dade de viver-se com elevação a existência, que é bênção de Deus para o processo da evolução, da plenitude. A todo momento vivemos “conectados” e não conse- guimos nos desligar do mundo virtual. O ser humano está à beira de uma saturação tecnológica? Ela prejudica nossa espiritualização? — O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são, acentuou o filósofo Protágoras, quase 500 anos a. C. Desse modo, ele cria os condicionamentos e os desfaz à medida que evoluciona, crescendo na horizontal da inteli- gência, nem sempre com a correspondência do sentimento que é a grande vertical da verdade. É o que vemos na atua- lidade. Após haver criado com alta tecnologia as máquinas e até mesmo o cérebro artificial, vem-se tornando escravo das suas exigências. Estamos no auge da comunicação virtual e uma grande parte da sociedade encontra-se “conectada” nesse mundo, perdendo as excelentes oportunidades da con- vivência pessoal. É, sem dúvida, um momento embaraçoso e grave, porque o individualismo toma-lhe conta e o exaure com o excesso de informações rápidas e sem grande sen- tido. Logo, como já vem ocorrendo, surge a “saturação tecnológica", a falta de objetivo psicológico na existência, provocando a solidão avassaladora que culmina nos trans- tornos de várias denominações, inclusive, a depressão. Nos relacionamentos humanos são valiosos os contatos físicos, as emoções que produzem hormônios especiais na convi- vência, o abraço, a caricia... que ainda não podem ser virtuais. Como consequência, dificulta a espiritualização do ser. Nada obstante, conforme o uso que se pode fazer dessa valiosa contribuição, torna-se veículo de divulgação do bem, invitando os seus aficionados à reflexão, ao conhe- cimento de valores humanos que jazem adormecidos ou já se encontram esquecidos. Tudo, portanto, depende do uso que se dê.