No Principio por Ellen G. White 1 | Page 11

a inveja e o ciúme . A influência dos santos anjos pareceu por algum tempo levá-lo com eles . Ao ascenderem os cânticos de louvores , em melodiosos acordes , avolumados por milhares de alegres
vozes , o espírito do mal pareceu subjugado ; indizível amor fazia fremir todo o seu ser ; em concerto com os adoradores destituídos de pecado , expandia-se-lhe a alma em amor para com o Pai e o Filho . De novo , porém , achou-se repleto de orgulho por sua própria glória . Voltou-lhe o desejo de supremacia , e uma vez mais condescendeu com a inveja de Cristo . As altas honras conferidas a Lúcifer não eram apreciadas como um dom especial de Deus , e , portanto , não provocavam gratidão para com o seu Criador . Ele se gloriava em seu brilho e exaltação , e almejava ser igual a Deus . Era amado e reverenciado pelo exército celestial , anjos se deleitavam em executar suas ordens , e estava ele revestido de sabedoria e glória mais do que todos eles . Contudo , o Filho de Deus era mais exaltado do que ele , sendo um em poder e autoridade com o Pai . Partilhava dos conselhos do Pai , enquanto Lúcifer não penetrava assim nos propósitos de Deus . “ Por que ”, perguntava este poderoso anjo , “ deveria Cristo ter a primazia ? Por que é Ele mais honrado do que Lúcifer ?”
Deixando seu lugar na presença imediata do Pai , Lúcifer saiu a difundir o espírito de descontentamento entre os anjos . Ele agia em misterioso segredo , e durante algum tempo escondeu seu propósito real sob uma aparência de reverência para com Deus . Começou a insinuar dúvidas com respeito às leis que governavam os seres celestiais , dando a entender que , conquanto pudessem as leis ser necessárias para os habitantes dos mundos , não necessitavam de tais restrições os anjos , mais elevados por natureza , pois que sua sabedoria era um guia suficiente . Não eram eles seres que pudessem acarretar desonra a Deus ; todos os seus pensamentos eram santos ; não havia para eles maior possibilidade de errar do que para o próprio Deus . A exaltação do Filho de Deus à igualdade com o Pai , foi representada como sendo uma injustiça a Lúcifer , o qual , pretendiase , tinha também direito à reverência e à honra . Se este príncipe dos anjos pudesse tão-somente alcançar a sua verdadeira e elevada posição , grande bem resultaria para todo o exército do Céu ; pois era seu objetivo conseguir liberdade para todos . Agora , porém , mesmo a liberdade que eles até ali haviam desfrutado , tinha chegado a seu fim ; pois lhes havia sido designado um Governador absoluto , e todos deveriam prestar homenagem à Sua autoridade . Tais foram os erros sutis que por meio dos ardis de Lúcifer estavam a propagar-se rapidamente nos lugares celestiais .
Não tinha havido mudança alguma na posição ou autoridade de Cristo . A inveja e falsa representação de Lúcifer , bem como sua pretensão à igualdade com Cristo , tornaram necessária uma declaração a respeito da verdadeira posição do Filho de Deus ; mas esta havia sido a mesma desde o princípio . Muitos dos anjos , contudo , ficaram cegos pelos enganos de Lúcifer .
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