serviço e lealdade deles . E , cobiçando a glória que o infinito Pai conferira a Seu Filho , este príncipe dos anjos aspirou ao poder que era a prerrogativa de Cristo apenas .
Quebrantou-se então a perfeita harmonia do Céu . A disposição de Lúcifer para servir a si em vez de ao Criador , suscitou um sentimento de apreensão ao ser observada por aqueles que consideravam dever a glória de Deus ser suprema . No conselho celestial os anjos insistiam com Lúcifer . O Filho de Deus apresentou perante ele a grandeza , a bondade e a justiça do Criador , e a natureza imutável , sagrada de Sua lei . O próprio Deus estabelecera a ordem do Céu ; e , desviando-se dela , Lúcifer desonraria ao seu Criador , e traria a ruína sobre si . Mas a advertência , feita com amor e misericórdia infinitos , apenas despertou espírito de resistência . Lúcifer consentiu que prevalecessem seus sentimentos de inveja para com Cristo , e se tornou mais decidido .
Disputar a supremacia do Filho de Deus , desafiando assim a sabedoria e o amor do Criador , tornara-se o propósito desse príncipe dos anjos . Para tal objetivo estava ele a ponto de aplicar as energias daquela mente superior , que , abaixo da de Cristo , era a primeira dentre os exércitos de Deus . Mas Aquele que queria livres as vontades de todas as Suas criaturas , a ninguém deixou desprevenido quanto ao sofisma desconcertante por meio do qual a rebelião procuraria justificar-se . Antes que se iniciasse a grande luta , todos deveriam ter uma apresentação clara a respeito da vontade dAquele cuja sabedoria e bondade eram a fonte de toda a sua alegria .
O Rei do Universo convocou os exércitos celestiais perante Ele , para , em sua presença , apresentar a verdadeira posição de Seu Filho , e mostrar a relação que Este mantinha para com todos os seres criados . O Filho de Deus partilhava do trono do Pai , e a glória do Ser eterno , existente por Si mesmo , rodeava a ambos . Em redor do trono reuniamse os santos anjos , em uma multidão vasta , inumerável — “ milhões de milhões , e milhares de milhares ” ( Apocalipse 5:11 ), estando os mais exaltados anjos , como ministros e súditos , a regozijar-se na luz que , da presença da Divindade , caía sobre eles . Perante os habitantes do Céu , reunidos , o Rei declarou que ninguém , a não ser Cristo , o Unigênito de Deus , poderia penetrar inteiramente em Seus propósitos , e a Ele foi confiado executar os poderosos conselhos de Sua vontade . O Filho de Deus executara a vontade do Pai na criação de todos os exércitos do Céu ; e a Ele , bem como a Deus , eram devidas as homenagens e fidelidade daqueles . Cristo ia ainda exercer o poder divino na criação da Terra e de seus habitantes . Em tudo isto , porém , não procuraria poder ou exaltação para Si mesmo , contrários ao plano de Deus , mas exaltaria a glória do Pai , e executaria Seus propósitos de beneficência e amor .
Os anjos alegremente reconheceram a supremacia de Cristo , e , prostrando-se diante dEle , extravasaram seu amor e adoração . Lúcifer curvou-se com eles ; mas em seu coração havia um conflito estranho , violento . A verdade , a justiça e a lealdade estavam a lutar contra
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