N 15 - Março - 2019 - Ano V Revista Líder Coach | Page 14

COACHING EXECUTIVO E RELAÇÕES HUMANAS: UM CAMPO MINADO NELSON VIEIRA Já não é de hoje que é delicado falar em relações humanas na empresa. No entanto, esse é um caminho para alcançar o tão sonhado engajamento, um considerável aumento de produtividade e um melhor atendimento, fato que irá refletir na satisfação e fidelização do cliente e consequentemente, aumentar expressivamente a competitividade da empresa no mercado. E o líder tem uma grande participação nesse aspecto, afinal, ele pode inspirar ou desmotivar de vez a sua equipe. Detalhe: pesquisas realizadas em solo americano revelam que a grande maioria dos executivos ficam, em média, apenas três anos no mesmo emprego e, normalmente o deixam, não pela empresa em si, mas por dificuldades em lidar com os superiores. 14 LÍDER COACH - FEVEREIRO 2019 Recentemente conversei com um amigo das antigas, como dizem os mais velhos - um bom executivo, diga-se de passagem. Ele, embora trouxesse resultados para a empresa, o fazia a muito custo e confessou, durante o bate papo, que se pudesse voltar vinte anos no tempo, muita coisa faria diferente, a começar pelo tratamento junto aos funcionários que no geral era frio, distante e quando tinha emoção era quase sempre a manifestação de fúria em relação a algo que dava errado ou saía do controle. As reuniões normalmente eram de “fodeback” com direito a quebrar um aparelho telefônico por semana. O ambiente de negócio era tiro, porrada e bomba. O curioso é que esse mesmo executivo, em momentos mais “light” por assim dizer, era inspirador, carismático e aquele que mais reconhecia as pessoas; mesmo assim, seus rompantes emocionais levavam os funcionários a trabalharem o tempo inteiro com os nervos à flor da pele de tal modo que os índices de turnover (alta rotatividade) atingiam níveis estratosféricos, dificultando o atingimento dos objetivos. O resultado disso não se refletia no dinheiro que ele ganhava, nem no reconhecimento profissional e nem no prestígio junto aos outros executivos, pois no fim das contas quem mais sofria era ele mesmo, sob vários aspetos, uma vez que isso se refletia na família (tendo-lhe custado um casamento), na sua saúde física, social e emocional. Valia a pena? Diante desse panorama, lembrei-me imediatamente de uma entrevista com um australiano chamado Ken O’Donnell, especialista no campo do desenvolvimento humano,