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MOÇAMBIQUE

O vento tirou-me tudo.

Pemba, Hélia Seda

O dia 14 de Dezembro era um sábado comum e aparentemente normal, tanto quanto os outros. Dia de sol e as ruas movimentadas de igual modo. Os nossos telemóveis não paravam de receber mensagens de alerta do INGD( Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres), que tinham começado a chegar no dia 13 de Dezembro e diziam o seguinte:( 1) O INAM( Instituto Nacional de Meteorologia) avisa sobre ocorrência de Ciclone Chido a partir de 14 de Dezembro, nas Províncias de Nampula e Cabo Delgado;( 2) Face aos avisos, o INGD apela a limpeza nas valas de drenagem, manter-se em locais seguros, longe de janelas, corrente elétrica, árvores e não atravessar cursos de água;

( 3) A DNGRH( Direcção Nacional de Gestão de Riscos Hídricos) prevê cheias nas bacias de Mecuburi, Megaruma, Lúrio e inundações e erosão nas cidade de Pemba e Nacala.
Esses SMS entravam de forma repetida, um atrás do outro. Enquanto isso, parte da população acolheu a mensagem e preparou as suas residências; outra parte, incrédula, rematou dizendo:“ O dia está lindo, sem chuva, nada ocorrerá!” e ainda acrescentavam:“ Como conseguem ter os nossos contactos para essas coisas, de certeza que os dirigentes podem estar a fabricar o ciclone, pois não é possível saber a data e os locais que ocorrerá, somente Deus possui a tamanha capacidade.”.