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PORTUGAL

Os direitos e o caminho onde eles não existem .

Cascais , Joana Lopes Clemente

Falar em Direitos Humanos , nos últimos dias , tornou-se mais grave , mais gritante . E o que nunca perdeu importância , à luz das imagens que nos acertam diretamente no peito através da televisão , das redes sociais , seja de onde for , ganha corpo de linguagem universal . O conflito , que nos arrastou a nós , Europa , para as fronteiras da paz , a um passo de uma linha imaginária do terror , da ausência de tudo o que cada um de nós acredita ter por direito , apenas por existir , devolveu-nos a capacidade da empatia . Através da lente da lucidez , que as tragédias proporcionam , olho o passado e encontro nas motivações da nossa intervenção em todas as geografias onde estamos , as mesmas que hoje nos unem em torno dos noticiários à hora certa ! A de garantir que a nenhuma criança é negada a infância , o direito a brincar , a ser feliz no seio de uma família . Que a nenhuma família é negada a possibilidade de trabalhar e prover de forma suficiente para a sua família . A construir um sonho comum , com base em chão firme . Em vez disso , outra coisa . Um mundo que anda a diferentes velocidades , um mundo onde os Direitos Universais de uns são os direitos negados a outros . Um mundo , que não pode ser um mundo que fale a mesma linguagem . E num mundo que não tem uma linguagem comum , corremos o enorme risco de continuar a andar em frente e ir alimentando , sem intenção e sem perceção , os fantasmas e os monstros , que um dia podem vir a puxar-nos o tapete debaixo dos pés . Um mundo onde uns já nem pensam conceber atrocidades , e onde outros as cometem em nome