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GUINÉ-BISSAU
eram degustadas pelas crianças e famílias participantes . Devido à pandemia , esta atividade só teve início no segundo ano do projeto ( 2021 ), num total de 52 sessões de educação para a nutrição , das quais 37 complementadas com as demonstrações culinárias . A solução encontrada até ser possível iniciar as demonstrações culinárias , foi desenvolver programas de rádio , com oito temas relacionados com boas práticas alimentares na gravidez e na infância e dinamizar sessões de sensibilização e educação para a nutrição através de um jogo ludo pedagógico . Este jogo foi produzido numa lona com o objetivo de a fixar nas tabancas , servindo assim como instrumento de educação para os agentes de saúde comunitária ( ASC ) e técnicos de saúde em estratégias avançadas . Em relação ao impacto da intervenção , os dois momentos de avaliação não nos permitem tirar conclusões sobre o estado nutricional e a aquisição de conhecimentos pelos cuidadores pois , apesar de os cuidadores apresentarem conhecimentos suficientes sobre a alimentação da criança , se ter registado um aumento de todas as formas de malnutrição . Ainda assim , se compararmos os resultados das práticas e conhecimentos dos cuidadores sobre a alimentação da criança verificamos uma melhoria em ambos : 43,2 % nas práticas alimentares e de 5,7 % nos conhecimentos . Ou seja , os conhecimentos dos cuidadores tiveram um efeito positivo nas práticas alimentares , principalmente nas práticas referentes às crianças maiores de seis meses , o que sugere a mais-valia das sessões de educa-

“ O projeto conseguiu que 80 % dos técnicos de saúde fossem formados com aproveitamento positivo ”

ção alimentar ao longo do projeto . Dois anos de muitos desafios , que muitas vezes condicionavam as atividades e que nos faziam adaptar constantemente às circunstâncias , destacando : a rotatividade dos recursos humanos ao nível local , regional e central , o que influenciava a formação e o trabalho contínuo ; a greve no setor da saúde e desmotivação / falta de colaboração dos profissionais de saúde ; as chuvas intensas e a pandemia Covid-19 , que condicionaram as visitas aos Centros de Saúde e o acompanhamento em serviço ; os mitos associados à alimentação da criança e a desvalorização por parte dos cuidadores das visitas de monitorização e tratamento , o que levava a um período de tempo elevado para conseguir adesão ao tratamento . Todos esses desafios , que trouxeram consigo aprendizagens que nos tornaram mais resilientes , mais pacientes e compreensivos e nos ensinaram que nem sempre o caminho é fácil , mas que o segredo está em não desistir . Sem pressas , ao ritmo guineense , existirá sempre um novo caminho para chegar , o importante é caminhar juntos , só assim conseguiremos ir longe ! Por tudo isto , o nosso balanço é positivo . A nossa ação chamou a atenção pelos números de casos de crianças com desnutrição na região , uma problemática reforçada junto das entidades nacionais e dos parceiros , levantando a necessidade de continuar a intervenção no âmbito da Alimentação e Nutrição na Guiné-Bissau .