ESPECIAL EMERGÊNCIA
cas alimentares e se aprende a conciliar
a teoria com os hábitos culturais locais,
e o Centro de Saúde do Dombe.
A placa batizou-o como centro de saú-
de, mas no fundo, todos o conhecem
por Hospital do Dombe. Fica a 3 quiló-
metros da Missão. É lá que estão as en-
fermarias e a maternidade. É lá que está
o único médico da região, que se des-
dobra em muitos para conseguir acudir
a tantos pedidos e burocracias. E é para
lá que são encaminhadas todas as crian-
ças com desnutrição aguda grave, que
precisam de apoio clínico. No hospital,
as nutricionistas trabalham diariamente,
com intervenções várias vezes ao dia. É
preciso garantir que as tomas dos leites
terapêuticos acontecem em tempo útil,
de dia e de noite.
Quando chegámos ao Dombe, eram
reportados um a dois casos de desnu-
tridos por semana. Ao fim de três dias,
tínhamos quatro camas ocupadas e
no final de uma semana a enfermaria
estava lotada. Não é que os casos não
existissem, mas o facto de estarmos
no terreno com as mãos na massa faz
toda a diferença. É comum que as mães
abandonem o internamento por falta
de condições e porque a ausência de
suas casas deixa muitos filhos desprote-
gidos e muitas tarefas por realizar.
Com esta missão, a sinalização dos ca-
sos, o transporte para o centro de saú-
de, o apoio técnico diferenciado, a en-
trega dos kits e, muito particularmente,
a dedicação a cada caso individual, veio
contribuir bastante para uma maior
adesão aos tratamentos. Muito mais do
que apenas as fórmulas terapêuticas,
são pequenos grandes gestos, que aju-
dam a conquistar a confiança e, a partir
daí, o peso vai subindo na balança.